Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de junho de 2020
Até três planetas potencialmente rochosos, como a Terra, foram avistados ao redor de uma estrela localizada relativamente perto de nosso sistema solar, formando um sistema planetário que oferece aos astrônomos possibilidades intrigantes na busca por sinais de vida extraterrestre.
Os corpos celestes orbitam Gliese 887, uma chamada estrela anã vermelha com metade da massa do Sol localizada 11 anos-luz da Terra – nosso quintal em termos cósmicos, disseram pesquisadores nesta sexta-feira (26). Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, 9,5 trilhões de quilômetros.
Apenas 12 outras estrelas estão mais próximas do nosso sistema solar.
Dois planetas foram definitivamente identificados, um que completa uma volta ao redor de Gliese 887 a cada nove dias e o outro a cada 21 dias. Um deles está situado exatamente dentro da chamada zona habitável, ou zona Goldilocks, ao redor da estrela – nem muito quente nem muito frio, talvez capaz de manter a água líquida na superfície e abrigar vida.
Um terceiro planeta em potencial que completa a órbita a cada 50 dias está localizado na zona habitável, mas ainda precisa de confirmação adicional.
“Eles são planetas ‘super-terrestres’, o que significa que eles têm algumas vezes a massa da Terra e espera-se que tenham um núcleo sólido como a Terra, em oposição aos grandes gigantes de gás como Júpiter e Saturno”, disse a astrônoma Sandra Jeffers, da Universidade de Göttingen, na Alemanha, principal autora da pesquisa publicada esta semana na revista Science.
“Os planetas recém-detectados são as melhores possibilidades de todos os planetas conhecidos nas proximidades do sol para ver se eles têm atmosferas e estudá-los em detalhes”, acrescentou Jeffers.
Inteligência artificial
A Nasa vai deixar a tomada de decisão na procura por vida noutros planetas nos computadores com inteligência artificial que estarão integrados nos veículos de exploração espacial, anunciou a agência esta quinta-feira.
Segundo a Efe, a agência espacial divulgou esta intenção na quinta-feira, quando cientistas do Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa falavam durante a conferência Goldschmidt sobre geoquímica.
Os cientistas explicaram que esta decisão foi tomada após a realização de testes com inteligência artificial, tecnologia que demonstrou capacidade para identificar em rochas diferentes características distintivas de vida.
Os primeiros resultados deste trabalho mostraram como este sistema pode identificar essas características através de um algoritmo com precisão de 94%, valor que a Nasa espera melhorar até 2023, ano em que o sistema será parcialmente estreado na missão de exploração ao planeta Marte, ExoMars, e que futuramente será implementado em outras missões.