Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de julho de 2020
Decotelli permaneceu no cargo por cinco dias e não chegou sequer a tomar posse
Foto: Marcelo Casal Jr/Agência BrasilO governo publicou na edição desta quarta-feira (1º) do Diário Oficial da União o ato que tornou sem efeito a nomeação do professor Carlos Alberto Decotelli para ministro da Educação. Decotelli permaneceu no cargo por cinco dias e não chegou sequer a tomar posse. Ele pediu demissão nesta terça-feira (30).
O Diário Oficial publicou a nomeação na última quinta-feira (25). Mas depois que instituições de ensino contestaram títulos que Carlos Alberto Decotelli incluiu em seu currículo, a permanência do ministro se tornou insustentável.
Na segunda-feira (29), ele foi chamado ao Palácio do Planalto para dar explicações ao presidente Jair Bolsonaro. Nesta terça, voltou ao Planalto para entregar ao presidente a carta de demissão.
A partir desta quarta-feira, Bolsonaro definirá o substituto de Decotelli. Será o quarto ministro da Educação em um ano e meio de governo. O primeiro, Ricardo Vélez Rodríguez, permaneceu pouco mais de três meses no posto; o segundo, Abraham Weintraub, 14 meses; e Decotelli, cinco dias.
As três principais polêmicas sobre a formação acadêmica de Decotelli são as seguintes: declaração de um título de doutorado na Argentina, que não foi obtido; denúncia de plágio na dissertação de mestrado da FGV (Fundação Getúlio Vargas); pós-doutorado na Alemanha, não realizado
As titulações estavam declaradas no perfil pessoal de Decotelli na plataforma Lattes do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
A plataforma integra dados de currículos, grupos de pesquisa e de instituições em um único sistema. Ela é autodeclaratória – são os próprios pesquisadores que atualizam os dados – e é considerada um padrão nacional para registro da vida acadêmica.