Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2015
De jornalista financeira endividada a fenômeno literário, Becky Bloom viveu uma saga. Mudou de emprego, de país, se casou, voltou à sua terra natal e teve uma filha.
Agora, em “Becky Bloom em Hollywood”, sétimo livro da série “Shopaholic”, sobre uma garota viciada em compras, a carismática personagem da britânica Sophie Kinsella vive o sonho de estar rodeada por celebridades do cinema e se mete em novas situações embaraçosas.
Kinsella vem ao país como uma das atrações da Bienal do Livro do Rio para lançar, no sábado (12), às 11h, “Becky Bloom em Hollywood” (Record, 432 págs., R$ 70) e “À Procura de Audrey” (Galera Record, 336 págs., R$ 35).
Ela participa, no mesmo dia, de um bate-papo com leitores. Sua passagem pelo país também inclui um encontro com blogueiros, booktubers (que fazem resenhas de livros em vídeos na internet) e jornalistas.
“Tenho leitores brasileiros entusiasmados que conversam comigo pelas redes e me deixam animada em visitar o Brasil”, afirma a escritora, em entrevista por e-mail.
BOM HUMOR
Com estilo leve, a autora é figura frequente nas listas de mais vendidos em locais como Alemanha, Itália e Reino Unido, onde nasceu e vive com o marido e os cinco filhos. Sua série deu origem ao filme “Os Delírios de Consumo de Becky Bloom” (2009), estrelado por Isla Fisher.
O bom humor é uma marca frequente em sua literatura. A inspiração vem da vida real. “Eu olho ao meu redor e vejo situações cômicas. Se elas me fazem rir, eu instantaneamente começo a imaginar como posso usar a ideia em um livro”, diz.
Kinsella já vendeu mais de 300 mil exemplares no Brasil e destaca-se como um dos principais nomes do gênero “chick-lit” (romances femininos leves que falam sobre a mulher moderna), ao lado de autoras como Meg Cabot.
“A boa notícia é que as mulheres têm uma voz forte e são respeitadas no mundo das publicações. Nunca recebi nada além de apoio dos meu editores”, comenta.
Mas ela afirma não se preocupar com questões de gênero na hora de criar. “Apesar de ter personagens femininos e a maior parte do meu público ser formado por mulheres, escrevo para ambos os sexos e me empenho em desenvolver uma grande história.”
SEM PARAR
Kinsella diz que não se senta em frente ao computador esperando a resposta chegar. “É a pior coisa e nunca acontece”. Para tirar as personagens que cria das mais inusitadas enrascadas, ela sai com o marido, Henry Wickham e eles conversam até que encontrem uma solução.
É ele quem dá apoio nos bastidores e cuida da família quando ela se vê envolvida, sem poder parar, na escrita de seus livros. E ela não para. Sua agenda é cheia de compromissos como viagens e encontros com fãs para a divulgação de suas obras.
“Escrever me consome muito. Na etapa final de ‘À Procura de Audrey’, eu escrevia a noite inteira”, lembra.
O título é o primeiro da autora voltado a adolescentes e jovens adultos, e sua estrutura difere bastante das de seus livros anteriores.
A protagonista é uma garota de 14 anos, vítima de bullying, que desenvolveu trauma, transtornos de ansiedade e uma certa fobia social. Sophie Kinsella busca um tom delicado e leve para tratar o tema pesado.
“Eu tendo a começar com um ‘e se’. Depois passo horas em cafeterias planejando e desenvolvendo a história. ‘E se uma mãe fica tão nervosa com o jogos de computador de seu filho que resolve tomar medidas drásticas? E se uma jornalista financeira fosse viciada em compras?'”, conta. (William Magalhães/Folhapress)