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Colunistas Presidente do Sindicato Médico do RS adverte: “Médicos não são culpados pelas falhas na gestão da pandemia do coronavírus”.

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Presidente do Simers, Marcelo Matias. (Foto: Divulgação/Simers)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

“Estão tentando transferir para os médicos a responsabilidade pelo iminente caos da saúde na capital e no Rio Grande do Sul, mas os governos têm responsabilidade sobre o que está acontecendo”, adverte o presidente do SIMERS (Sindicato Médico do RS). O médico Marcelo Matias conversou ontem com o colunista e explicou as razões que justificam sua avaliação. Segundo ele, “não vou politizar a questão, mas falando de gestão, falhou a prefeitura de Porto Alegre, e falhou o governo do estado, quando seus gestores empurraram o pico da pandemia para o inverno. Todos os gaúchos sabem que no inverno é tradicional a lotação de emergências”. Ele cita seu próprio exemplo para dizer que “sou médico de um hospital da prefeitura, e nunca fui testado para Covid-19”.

Lógica do distanciamento social nunca foi reduzir incidência do vírus

Para o presidente do SIMERS, “a lógica do distanciamento social colocado em prática pelo governo gaúcho nunca foi reduzir a incidência de casos de Covid-19, mas adiar o achatamento da curva. Os profissionais da saúde sabem que a pandemia seguiria seu curso normal, independente do distanciamento social, cuja base científica é pífia. O que aconteceu é que se empurrou irresponsavelmente o limite da pandemia para o rigor do inverno. Talvez porque alguns gestores imaginassem que seriam capazes de acabar com a disseminação viral, criando um case para proveito político”. Com isso, adverte, “estamos na iminência da superlotação do sistema, o que todos sabiam que iria acontecer”.

“Foram repetidos erros de Nova York e da Itália”

Segundo o médico Marcelo Matias, “um dos maiores erros da prefeitura (de Porto Alegre) foi quando abriu as atividades depois da restrição. Quando abriu, espalhou a infecção, e depois fechou, repetindo os erros cometidos em Nova York e do Norte da Itália.” Para o presidente do SIMERS, “a prefeitura não abriu os leitos que deveria abrir e resolve agora transferir para categoria médica os erros de gestão. Não faltam médicos ou profissionais da saúde, falta é gestão. Isso ficou comprovado quando o Hospital de Clínicas abriu mais 50 leitos sem a necessidade de contratar um único médico”.

Propostas Simples

O presidente do Sindicato Médico propõe que Porto Alegre “onde existem identificados 30 clusters onde estão concentrados a maioria dos casos de infecção, ali se faça como medida de bom senso, testagem em massa, e se ofereça a essas pessoas todo o tratamento disponível, isolando estes locais e abrindo o resto da cidade. Seria um isolamento vertical e pontual nestes clusters. A outra sugestão seria “abrir vagas nos hospitais Parque Belém, Beneficência Portuguesa e Álvaro Alvim, que estão desativados”. E a outra sugestão, explica, “seria a hora da prefeitura de Porto Alegre e o governo buscarem as estruturas ociosas de outros Estados, já desativadas, e chamar profissionais de saúde no sentido inverso do que fizemos no início da pandemia, quando mandamos médicos e enfermeiros para apoio a outros Estados do País”.

“Ajuda do governo federal foi fundamental”

“De que adianta fazer lockdown em Porto Alegre, se 50% dos pacientes de Covid são oriundos de outras cidades?” indaga o presidente do SIMERS. Para Marcelo Matias, o futuro é preocupante não só em termos de saúde, mas pelos efeitos sociais da pandemia em razão do desemprego. Para ele, “o Brasil apenas ainda não entrou em colapso, graças à ajuda financeira do governo federal distribuindo recursos emergenciais e apoiando Estados e municípios”.

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