Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de julho de 2020
Aulas presenciais estão suspensas em todo o País por causa do coronavírus
Foto: Agência BrasilA volta às aulas no Brasil coloca em risco não apenas crianças, adolescentes, professores e funcionários de escolas, segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). O retorno das atividades presenciais também pode representar ameaça de contágio pela Covid-19 para outros 9,3 milhões de adultos e idosos, que estarão em contato com esses estudantes na mesma casa, aponta um estudo divulgado nesta quarta-feira (22).
“A volta às aulas pode representar um perigo a mais para cerca de 9,3 milhões de brasileiros (4,4% da população total), que são idosos ou adultos (com 18 anos ou mais) com problemas crônicos de saúde e que pertencem a grupos de risco da Covid-19. Isso porque eles vivem na mesma casa que crianças e adolescentes em idade escolar (entre 3 e 17 anos)”, destacou a Fiocruz.
A informação foi divulgada no site da entidade. Segundo o estudo, a quantidade de pessoas que pode passar a se expor ao novo coronavírus foi calculada por análise da Fiocruz feita com base na Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em parceria com o Laboratório de Informação em Saúde.
O Estado de São Paulo tem o maior número de pessoas nessa situação, com cerca de 2,1 milhões de adultos e idosos em grupos de risco com crianças em casa, seguido por Minas Gerais (1 milhão), Rio de Janeiro (600 mil) e Bahia (570 mil). O Rio Grande do Norte é o que possui a maior percentagem da população nesses grupos: 6,1% do total.
O resultado do estudo trouxe números preocupantes. Pelo menos 3,9 milhões de adultos com idade entre 18 e 59 anos que têm diabetes, doenças do coração ou doenças do pulmão residem em domicílio com pelo menos um menor em idade escolar (entre 3 e 17 anos). Já a população idosa (60 anos ou mais) que convive em seu domicílio com pelo menos um menor em idade escolar chega a quase 5,4 milhões de pessoas (2,6% da população).
De acordo com o estudo, o retorno das atividades escolares, que vem sendo anunciado de forma gradativa por vários Estados e municípios, coloca os estudantes em potenciais situações de contágio. Mesmo que escolas, colégios e universidades adotem as medidas de segurança (e elas sejam cumpridas à risca), o transporte público e a falta de controle sobre o comportamento de adolescentes e crianças que andam sozinhos fora de casa representam potenciais situações de contaminação pela Covid-19 para esses estudantes.
Se forem contaminados, esses jovens poderão levar o vírus para dentro de casa e infectar parentes de todas as idades que tenham doenças crônicas e outras condições de vulnerabilidade à Covid-19, representando uma abertura perigosa no isolamento social que essas pessoas mantinham até agora, alertou a Fiocruz.
Rio Grande do Sul
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que o retorno das aulas presenciais no Estado deve ocorrer em setembro. “O retorno às aulas não acontecerá em agosto e vamos ter que projetar isso para setembro”, disse.