Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de julho de 2020
Prefeito conversou com representantes das duas áreas por videoconferência.
Foto: Anselmo Cunha/PMPAO prefeito Nelson Marchezan Júnior voltou a pedir nesta quarta-feira (22) o apoio de representantes de hospitais e empresários para frear a contaminação do coronavírus e evitar o colapso do sistema de saúde, que já está no limite, como já tinha feito na última sexta-feira (17). Marchezan diz que o momento é tenso, pois as pessoas estão esgotadas e com dificuldades financeiras. No entanto, afirma que não existe possibilidade, neste momento, de flexibilizar atividades sob o risco de não ter capacidade de atendimento médico e deixar que pessoas morram por falta de tratamento adequado.
“Tomara que tenhamos a diminuição de demanda por leitos de UTI nos próximos dias, mas neste cenário não temos como liberar atividades econômicas”, disse o prefeito Nelson Marchezan Júnior.
“Não estamos buscando culpados, mas não encontramos outras ferramentas reais que não seja restringir a circulação de pessoas para reduzir a contaminação. Os decretos não estão tendo a mesma eficácia que tiveram em março”, diz o prefeito, que ressalta que sem o consenso da cidade não será possível decretar o lockdown.
O secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer, apresentou os dados da pandemia e detalhou a ampliação das estruturas de saúde – como leitos de UTI (unidade de terapia intensiva), testagem da população e tendas de atendimento para pacientes com suspeita de infecção por coronavírus. “É necessário frear a pandemia, pois nossas projeções indicam que vamos chegar ao esgotamento das estruturas hospitalares em breve”, diz.
UTIs
Até o momento, a Capital já destinou 243 leitos exclusivos para atender pessoas com Covid-19.No início da tarde desta quarta, dos 791 leitos de UTI em operação em de Porto Alegre, 688 (88,14%) estavam ocupados e 294 (37,17%) deles eram por pacientes em tratamento de Covid-19. O número de casos confirmados é 6.545 e 237 óbitos.
Clínicas defende lockdown e GHC abre processo seletivo
A diretora-presidente do HCPA (Hospital de Clínicas de Porto Alegre), Nadine Clausell, voltou a defender que é preciso reduzir a circulação de pessoas para diminuir a propagação do vírus. “Como gestora de hospital público, sou coerente aos dados técnicos e científicos. Cada um tem que fazer a sua parte”, afirma. O diretor médico Milton Berger observa que a instituição está próxima do limite físico e humano de atendimento. Segundo o diretor do Grupo Hospitalar Conceição, Claudio Oliveira, o hospital abriu processo de seleção para contratação de médicos intensivistas para ter capacidade de abrir novos leitos. “Estamos preocupados com o aumento de casos”, observa.
Também participaram da reunião o secretário municipal adjunto de Saúde, Natan Katz; secretários municipais de Relações Institucionais, Christian Lemos; Desenvolvimento Econômico, Leonardo Hoff; e representantes dos hospitais Moinhos de Vento, Clínicas, Santa Casa, Materno-Infantil Presidente Vargas, Independência, Divina Providência, Ernesto Dornelles, Pronto Socorro, São Lucas da PUC, Grupo Hospitalar Conceição, Associação Hospitalar Vila Nova, Hospital Restinga e Extremo-Sul, Mãe de Deus, Associação Educadora São Carlos e Instituto de Cardiologia.
Empresas
O presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do RS, Paulo Ricardo Siqueira, reconheceu que o prefeito não pode assumir essa responsabilidade sozinho.
A CDl-POA (Câmara de Dirigentes Lojistas POA), que também participou da reunião, defendeu no Twitter que a cidade precisa do comércio e que o varejo está fazendo a sua parte:
“A cidade precisa do comércio! Os trabalhadores necessitam garantir sua renda para manter a atividade econômica. E o varejo está fazendo a sua parte implementando medidas de segurança para a saúde de funcionários e clientes para que isso aconteça”, diz a postagem.
“O varejo emprega milhares de trabalhadores e garante a renda de inúmeras famílias. Não podemos deixar que essa realidade seja diferente. Pela retomada imediata da atividade econômica”, defende.
A cidade precisa do comércio! Os trabalhadores necessitam garantir sua renda para manter a atividade econômica. E o varejo está fazendo a sua parte implementando medidas de segurança para a saúde de funcionários e clientes para que isso aconteça. #PelaRetomadaDoComércio pic.twitter.com/yMXz0vNFQB
— CDL Porto Alegre (@cdlpoa) July 22, 2020
Na videoconferência com empresários estiveram representadas a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação; Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do RS; Sindicato de Ensino Privado; Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento; Associação dos Dirigentes Cristãos; Associação Gaúcha de Supermercados; Grupo de Líderes Empresariais; Associação Brasileira De Shopping Centers; Associação Comercial de Porto Alegre; Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região; Câmara de Dirigentes Lojistas POA; Sociedade de Engenharia do RS; Associação das Empresas dos Bairros Humaitá e Navegantes; Associação Brasileira de Bares e Restaurantes; Sindicato da Habitação; Sindicato Intermunicipal dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no RS; Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre; Sindicato Ind. Construção de Estradas Pavimentação Obras de Terraplanagem RS; Federação das Indústrias do RS; além das universidades Unisinos e PUC/RS.