Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de julho de 2020
A operação Angico impediu uma tentativa de furto na Serra gaúcha.
Foto: Sd Vinicius/BOPEEm artigo da Adriély Escouto, PM5 da Brigada Militar, a corporação avalia que há alguns meses muito se falava em notícias sobre ataques a banco envolvendo um “novo cangaço” no Rio Grande do Sul, com práticas que envolviam a utilização de reféns como cordão humano para proteção dos criminosos, alarmando diversas cidades do interior do Estado. A melhora nas estatísticas seriam reflexo de ações como a Operação Angico, da própria Brigada Militar.
Segundo o artigo, essas notícias, bem como este tipo de ação, foram sumindo aos poucos do cotidiano dos gaúchos. Os ataques a banco no geral diminuíram, sendo furtos ou roubos, na modalidade do “novo cangaço” ou não.
“Um grande exemplo disso é a comparação do primeiro semestre de 2016 com igual período de 2020. Os ataques a estabelecimentos bancários passaram de 150 a 29. De janeiro a junho de 2019 e mesmo espaço de tempo em 2020, a redução que já era significativa passou de 59 roubos e furtos as instituições bancárias a 29. Uma queda brusca de 50,8%”, diz o artigo.
A Operação Angico, da Brigada Militar, é vista como responsável por importante contribuição nessas estatísticas.
A instituição relata que intensificou ações de enfrentamento a esses crimes e atua com base em três estratégias: fiscalização ativa – para evitar desvio, furto e roubo de explosivos; operações focadas em prisões de criminosos; e a utilização de efetivo especializado com suporte de inteligência policial.
Operação Angico – De acordo com o subcomandante Geral da BM, desde que a operação foi implantada no Estado, no segundo semestre de 2019, assaltos a bancos com o uso de explosivos vem sendo coibidos quase a zero porcento.
O coronel Vanius César Santarosa lembra que em 2017, o Rio Grande do Sul estava assolado por diversos episódios violentos, que somaram 180 ocorrências naquele ano, seguido de 140 registros em 2018. Para ele, com a implantação da Operação Angico, este cenário criminoso, incluindo as ações ao estilo “novo cangaço” no Estado, está caindo significativamente. “Em 2017 foram dez casos com o uso de dinamite, em 2018 registramos oito e em 2019, dez novamente. Este ano tivemos duas ocorrências envolvendo explosivos”, diz o subcomandante.
Santarosa salientou a importância dos três eixos que embasam a Operação Angico, além do suporte para outras ações da Polícia Militar.
“A Operação visa impedir que o explosivo chegue às mãos desses criminosos, evitando o desvio das dinamites nas transportadoras e em pedreiras que fazem a extração de rochas. Por isso que a fiscalização nessas localidades é diária e compõe o primeiro eixo estratégico deste processo”, comenta o coronel.
O segundo eixo estratégico refere-se as ações da área de inteligência e de apoio para outras atuações da Polícia Militar que buscam a captura e prisão de criminosos no Estado. E o terceiro eixo foca na redução do tempo de resposta nos municípios mais visados pelos bandidos, devido ao baixo efetivo da Brigada nestas localidades.
“O exemplo prático e positivo disso foi a operação em Quaraí, no primeiro trimestre deste ano, que confrontou os criminosos, sem que houvesse nenhuma baixa de policiais”.
A corporação também publicou um vídeo para mostrar como vem somando esforços e atuando em conjunto com as mais diversas modalidades de policiamento, resultando na redução da criminalidade.
Origem do nome da operação
A relação com o cangaço justifica o nome que a operação foi batizada, tendo como referência a morte de Lampião e seu bando na Grota de Angico.
O cangaceiro, junto a seu bando, saqueava fazendas e cidades além de praticar homicídios e outros tipos de crime. Suas passagens, que levavam terror a população, tiveram um ponto final quando foram surpreendidos pela polícia na Grota do Angico.