Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2019
Os incêndios que assolam a Amazônia constituem uma “situação urgente” que deve ser discutida durante a cúpula do G-7 neste fim de semana, declarou nesta sexta-feira (23), o porta-voz da primeira-ministra Angela Merkel, Steffen Seibert. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.
A chanceler alemã apoia o presidente francês, Emmanuel Macron, que anteriormente solicitou que a questão fosse discutida no G-7 – o grupo das nações mais ricas formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
“A chanceler está convencida” de que a questão “deve constar na agenda dos países do G-7 quando se reunirem neste fim de semana” em Biarritz, declarou Seibert, em Berlim.
Neste mês, a Alemanha e a Noruega, únicos doares de recursos ao Fundo Amazônia, bloquearam verbas destinadas a ações de combate a incêndios na região amazônica. Os países europeus consideram que o Brasil não está cumprindo acordo contra o desmatamento. A Alemanha cortou financiamento de R$ 155 milhões; enquanto a Noruega, de R$ 133 milhões.
A ONU (Organização das Nações Unidas) também se manifestou.
“No meio da crise climática global, não podemos permitir mais danos a uma fonte importante de oxigênio e biodiversidade”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
A presidente da Assembleia-Geral, María Fernanda Espinosa, cobrou “ação urgente”, e a OMM (Organização Meteorológica Mundial) defendeu o uso de satélites para monitorar a situação.
Nas redes sociais, Bolsonaro rebateu Macron e destacou que “o governo brasileiro segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo”.
“A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G-7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século 21.”
“Mentalidade colonialista”, diz Bolsonaro sobre intervenção de Macron
Nas redes sociais, Bolsonaro rebateu Macron, destacando que “o governo brasileiro segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo”. “A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G-7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século 21.”
Mais tarde, em sua transmissão ao vivo na internet, pediu que denúncias de incêndio criminoso na região sejam dirigidas ao perfil no Twitter do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. “Se tiver suspeita ou certeza que há pessoas identificadas que estão tocando fogo de forma criminosa, botem aqui.” E voltou a atacar. “ONGs não trabalham para o bem do Brasil, mas para quem paga”, declarou. “Esses países não mandam dinheiro por caridade. Espero que dê para entender isso daí. Mandam com interesse. Para atingir a nossa soberania”. O presidente disse que é preciso “equilibrar narrativas” sobre a Amazônia. Afirmou ainda que há “inimigos aqui dentro.”
Já o vice-presidente, Hamilton Mourão, falou em “má-fé” de quem vê uma crise na região. “Lá (na Amazônia) morei e sei que incêndios são episódicos em período de seca.”