As companhias aéreas American Airlines e United anunciaram nessa quarta-feira (30) que começarão a cortar mais de 30 mil empregos, após o fracasso das negociações para estender a ajuda do governo americano ao setor aéreo, afetado pela pandemia.
Ambas as empresas assinalaram que poderão cancelar as demissões se os dirigentes republicanos e democratas chegarem a um acordo em Washington nos próximos dias.
A American Airlines informou que as demissões de 19 mil funcionários já ocorreria a partir dessa quinta-feira (1º). A United informou que cortará cerca de 13 mil empregos.
“Recontrataremos se os dirigentes chegarem a um acordo”, afirmou o diretor executivo da American Airlines, Doug Parker, em carta dirigida aos funcionários. A United fez o mesmo em mensagem aos seus trabalhadores.
O tráfego aéreo, em queda brusca desde o começo da pandemia, está longe de retomar seu nível normal. O número de passageiros que passam pelo controle de segurança nos aeroportos americanos caiu entre 60% e 70% em relação ao mesmo período de 2019, segundo dados oficiais.
O governo dos Estados Unidos propôs a inclusão de uma extensão de US$ 20 bilhões na ajuda para a indústria aérea em uma nova proposta de estímulo para os democratas da Câmara no valor de mais de US$ 1,5 trilhão, disse na quarta-feira (30) o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows.
As aéreas norte-americanas vinham pedindo outros US$ 25 bilhões em auxílio a pagamento de salários para proteger empregos por mais seis meses depois que o pacote atual, que proíbe licenças, venceu.
Meadows se recusou a fornecer o valor total da última proposta da Casa Branca, mas disse que o dado fica “certamente acima da marca de US$ 1,5 trilhão que foi articulada até agora”.
Projeção de tráfego aéreo
A Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) afirmou que a curva de reservas futuras das companhias aéreas se deteriorou e agora prevê que o tráfego global deve cair 66% neste ano em comparação com 2019. A previsão anterior era uma queda de 63%.
O tráfego caiu 75% em agosto, devido às leves recuperações do início do verão na Europa e nos Estados Unidos, após um novo aumento de casos de coronavírus.
Em todo o mundo, as reservas para outubro e novembro estão agora abaixo de 76% e 81%, respectivamente, em relação ao ano anterior.