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A Anvisa e a Polícia Federal investigam relatos de venda de “vacinas” contra o coronavírus por camelôs no Rio de Janeiro

"Nós precisamos que os fabricantes obtenham o registro junto à Anvisa, e que eles entreguem doses suficientes para que sejam distribuídas", disse Élcio Franco, secretário-executivo do Ministério. (Foto: Rodrigo Maia/Câmara dos Deputados)

Depois de viralizar em grupos de WhatsApp e nas redes sociais, os relatos de vendas de vacinas contra a covid-19 por camelôs no Rio viraram caso de polícia. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que está investigando os rumores, assim como a Polícia Federal (PF).

“Nesse momento não é possível compartilhar informações relativas às investigações em curso. O que podemos afirmar é que qualquer comercialização ou aplicação de vacina de covid-19, fora de pesquisa, hoje no Brasil é atividade irregular e oriunda de falsificação, pois não há vacinas autorizadas no Brasil ainda”, informou a Anvisa por meio de sua assessoria de imprensa.

Os relatos começaram a circular em redes sociais nos últimos dias. No Facebook, o diretor do Baile Charme de Madureira, conhecido como Jones MFjay, contou que os camelôs do bairro da zona norte do Rio já estão vendendo o antídoto contra o vírus por R$ 50. Quem quiser sair da banquinha com a “vacina” já aplicada paga um adicional de R$ 10.

Os comentários na postagem de Jones reforçaram o testemunho. “Na porta do Mercadão só falar com o garoto que fica perto da barraca de caldo de cana”, diz Andynho Lizaldo. O assunto é sério, mas diante da situação bizarra virou piada. “O melhor é o armazenamento. 50º na sombra. Mata até bicho de pé”, ironizou Thatiana Souza, numa referência à necessidade de manutenção das vacinas a temperaturas glaciais e às altas temperaturas no Verão de Madureira.

As fotos postadas nas redes mostram uma caixa da candidata a vacina chinesa BBIBP-CorV, em desenvolvimento pelo Instituto de Produtos Biológicos de Pequim, uma subsidiária do Grupo Nacional de Biotecnologia da China (CNBG, na sigla em inglês).

A Anvisa frisa ainda que as vacinas que foram importadas estão com as instituições de pesquisa e somente os voluntários selecionados puderam ser vacinados. “Ainda assim, a vacina da Sinopharm não tem pesquisa no Brasil e por isso não entrou no país”, disse à reportagem por e-mail. A agência governamental alerta que “até que seja autorizado pela Anvisa, o cidadão não deve comprar e utilizar qualquer vacina que tenha alegação de prevenir a covid-19”.

Recesso suspenso

A Anvisa suspendeu o recesso de fim de ano e as férias de janeiro de servidores para garantir que qualquer pedido referente à vacina seja avaliado com agilidade.

A agência reguladora criou uma comissão provisória para atuar nos procedimentos de registro e autorização do uso emergencial de vacinas contra a covid-19. Com isso, a agência pretende dar mais agilidade ao processo de análise dos pedidos que forem emitidos.

A agência reguladora tem até dez dias corridos para dar um parecer se aprova ou não o uso emergencial da vacina. Até o momento, conforme a Anvisa, nenhum laboratório solicitou a autorização para o uso emergencial no País.

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