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A aposta dos aliados de Bolsonaro sobre as chances de ele ser preso por causa de trama golpista

Entre os aliados mais próximos de Jair Bolsonaro já não há muita dúvida de que em algum momento sua prisão será ordenada. (Foto: Agência Brasil)

Entre os aliados mais próximos de Jair Bolsonaro, já não há muita dúvida de que, em algum momento, o ministro Alexandre de Moraes ou o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) ordenarão sua prisão. No entanto, dentro do entorno do ex-presidente, a aposta é que isso não deve acontecer tão cedo, e há algumas razões para essa avaliação.

Primeiramente, os bolsonaristas acreditam que ainda não existem elementos suficientes para justificar uma prisão preventiva, como flagrante ou risco de fuga. Vale lembrar que, até o momento, o ex-presidente tem o seu passaporte retido por decisão de Moraes, o que limita qualquer possibilidade de tentativa de fuga. Isso faz com que muitos vejam a situação sob uma ótica mais cautelosa, acreditando que a prisão ainda não seria uma medida razoável sem provas concretas que indiquem risco iminente.

Além disso, outro motivo que pesa contra uma prisão rápida seria o risco de uma reação indignada dos apoiadores de Bolsonaro. A convocação de protestos em massa por parte de seus seguidores poderia inflamar ainda mais o clima político do País, gerando um ambiente de instabilidade. Esse cenário seria desfavorável para todos os envolvidos, especialmente após o atentado do homem-bomba ao Supremo, que já havia aumentado a tensão no País. Para muitos no entorno de Bolsonaro, um movimento precipitado poderia agravar ainda mais a situação, em vez de resolvê-la.

Ademais, na avaliação de muitos bolsonaristas, o STF deve optar por adiar o processo relacionado à trama golpista, empurrando-o até o final de 2025, para só então tomar uma decisão definitiva. Essa estratégia, acreditam, dificultaria qualquer ação que pudesse reverter a inelegibilidade de Bolsonaro a tempo da eleição de 2026, caso ele decida disputar novamente a presidência.

Curiosamente, algumas fontes dentro do bolsonarismo não veem esse cenário de forma tão negativa. Para a ala mais experiente na política, especialmente no Partido Liberal (PL), Bolsonaro ainda é considerado uma figura mais valiosa como cabo eleitoral do que como candidato.

Um estrategista ligado ao partido explicou: “Ele como candidato tem muita rejeição, mas, apoiando algum nome da direita, como Tarcísio ou Caiado, ele é imbatível”. Nesse sentido, Bolsonaro poderia ser mais eficaz nas eleições de 2026 como um influente apoiador de outro candidato, ao invés de tentar concorrer diretamente à Presidência.

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