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Colunistas A Apple e a pós-modernidade – o teclado da discórdia

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Um amigo paulista foi comprar um Ipad Pro na Apple. Pediu uma coisa prosaica: que o teclado fosse português, por exemplo, tinha de ter o c cedilha. Como o leitor sabe, teclado que não tem c cedilha exige umas duas operações para alcançar a tal cedilha.

Para sua surpresa, tinha teclado em várias línguas, menos em português (com c cedilha). O atendente explicou que não estava no catálogo o teclado com c cedilha. O cliente, então, entrou no site da Apple e encontrou nas lojas em Nova Iorque teclados em várias línguas e… inclusive português.

Voltou à loja e mostrou para o atendente. Este constatou que, de fato, a informação era verdadeira. E disse: o senhor tem de comprar pela internet. Aqui na loja, impossível. O cliente disse: mas aqui é o Brasil. Teclado em português parece uma exigência óbvia. Mas o rapaz respondeu: nada podemos fazer.

O amigo ligou para a Apple. Constatou que nem a central de atendimento tinha se dado conta desse disparate. É o sistema, disse. E como fica, perguntou o cliente: “Infelizmente, o senhor terá que comprar pela internet. Não temos como trazer a mercadoria via loja”. Bingo. O amigo comprou o tablet…de outra marca. A Apple, por confiar demais no sistema, perdeu um cliente.

Esse é um dos problemas da dita era da tecnologia. O próprio judiciário entrou nessa de há muito. Tudo é eletrônico. Depoimentos são gravados. Como são ouvidos depois? Quem vai saber. Vale o escrito. Ou não. O papel foi abandonado. Tudo é clean. Tudo está a um clic. Milhões de informações.

Pois é. Informação demais é informação de menos. Quis comprar um jornal no aeroporto e o “sistema” estava com problemas. Não consegui comprar, porque tem de passar pelo leitor de barras. O mundo é uma barra, pois não? Barra pesada.

Vivemos em uma bolha tecnológica. O Brasil, terceiro mundo, é o único país em que tem tanta gente passando fome como o tamanho da tecnologia usada em empresas e no judiciário. Por que será que a Alemanha não tem processo eletrônico?

E o Brasil é o país em que existe o maior número de celulares por habitante. O sujeito não come, mas tem banda larga e faz texto de ciência política no zap zap. Grupos de zap zap são esconderijos das coisas mais sórdidas e inconfessáveis. Tudo o que o sujeito não faz em público e não tem coragem de dizer…ele posta no grupo.

Diz-se que o juízo final é feito com Deus examinando o zap zap de cada um. Uma olhadinha e, bum, vai para o andar de baixo.

Bom, voltando à Apple, eles vendem tecnologia e são afundados pela mesma tecnologia. Vendem milhões de telefones e não gostam de atender telefone na loja do shopping Iguatemi. Testei. Há uma gravação dizendo para você ligar depois das dez da manhã. Mas ao meio dia continua a gravação. Pode ser azar meu. Testei dia 13.12.2018. Ninguém atende. E logo depois dá ocupado, nitidamente sinal de que tiraram do gancho. O leitor pode até se dar melhor do que eu. No dia seguinte, de novo. A ver. “Olá, é da Apple? Quanto custa um Iphone tal? E o Ipad, quanto é”? Inclusive para comprar computador e Ipad com teclado português do Brasil. Será que tem? Quer um teclado na nossa língua? Simples: vá para os Isteites.

Simples assim. Bom, a bem da verdade, não consegui descobrir a questão do teclado, enfim, saber se a história do meu amigo paulista é verdadeira, mas o dado é que ninguém atendeu o telefone nas várias vezes em que liguei. Ainda tenho registrado meu celular. Toca, toca e…. Em um lugar que vende…telefones! Bingo! Mais ou menos como nos sites de lojas de vinho. Como é difícil localizar um vinho… em um lugar que vende…vinhos!

O mundo ainda desaparecerá em – e por – um clic. Pior: um clic sem querer. Tilt no “sistema”.

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/a-apple-e-a-pos-modernidade-o-teclado-da-discordia/ A Apple e a pós-modernidade – o teclado da discórdia 2019-01-19
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