O governo argentino se reuniu com representantes da farmacêutica AstraZeneca para questionar sobre as “dificuldades” na produção de sua vacina contra covid-19 e no fornecimento ao país.
A ministra da Saúde, Carla Vizzotti, solicitou formalmente um relatório sobre o andamento da produção e do controle de qualidade da vacina, que está sendo feita parcialmente na Argentina e concluída no México e nos Estados Unidos.
“Tivemos uma nova reunião com o presidente da AstraZeneca Argentina e representantes da empresa para pedir que relatassem o mais rápido possível sobre as possíveis dificuldades que o processo de produção da vacina está passando”, disse Vizzotti.
Vizzotti também exigiu uma estimativa de entrega das vacinas, afirmando que a informação é “vital para a organização da campanha de vacinação”.
A Argentina fechou acordo em novembro do ano passado com a AstraZeneca para receber cerca de 22 milhões de doses de sua vacina contra covid-19 que está sendo desenvolvida com a Universidade de Oxford.
A escassez de vacinas na América Latina eleva a ameaça à frágil recuperação econômica da região, em meio a medidas restritivas devido a uma perigosa onda de infecções e aumento do número de mortos.
A região de cerca de 660 milhões de pessoas registrou quase 30% dos 3,2 milhões de mortes por covid-19 no mundo até agora, apesar de abrigar apenas 8% da população mundial.
Mortes
A Argentina registrou mais 561 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, um recorde desde o início da pandemia. O número mais alto até então era o do último sábado (24), quando o Ministério da Saúde informou ter contabilizado 557 mortes relacionadas à doença. Com a atualização desta quinta-feira (29), o total de óbitos na Argentina chegou a 63.508.
Além disso, foram confirmados mais 26.053 casos da doença no país, elevando o total para quase 2,96 milhões.
O número de pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) também voltou a crescer e chegou a 5.317, de acordo com o boletim divulgado nesta quinta.
As autoridades de saúde estão preocupadas com a circulação de variantes do vírus. A cepa descoberta em Manaus correspondeu a 31,3% dos casos confirmados até a segunda semana de abril. A do Reino Unido, por sua vez, foi responsável por 27,1% das infecções.
Para enfrentar o novo surto da doença, o governo de Alberto Fernández decretou uma série de medidas restritivas em todo o país. A Argentina retomou as negociações com a Pfizer, em busca de mais vacinas contra a covid-19. Um novo lote de imunizantes do laboratório chinês Sinopharm também chegou ao país nesta quinta.