A obra “Sem Pé Nem Cabeça”, com tiragem de 50 exemplares, é um livro-objeto com design assinado por Lúcia Bertazzo, produzido por Joana Angert. Cada trabalho, com cores de acrílico diferentes, recebe na tela um desenho original e único de Roberto Magalhães, de diversas épocas, como da década de 1960, e outros mais recentes, da década de 1990. Duas gavetas contendo o livro inédito, desenhos do artista e, outro motivo forte de atração, uma delas traz o pergaminho com desenhos esotéricos de Roberto, da série “Viagem Astral”. A galerista Márcia Barrozo do Amaral é parceira do artista e de Leonel Kas, e já está apresentando o livro em sua galeria. O lançamento oficial será na Art Rio, que acontece de 9 a 13 de setembro, no stand da galeria de Márcia.
Considero a obra de Roberto Magalhães das mais atraentes e qualificadas entre os artistas brasileiros de importância. As cores e as inúmeras figuras de sua obra refletem atributos incomuns. A respeito da quantidade de imagens diferentes que costumam brotar ininterruptamente em seu pensamento e reproduzidasas nas telas, Roberto comenta: “De uma maneira inesgotável, ou melhor, como uma torneira aberta no mundo, sem forma e sem tempo”.
Cookie Richers e Maria Cecília Vaz Campos da Silva, cujo bom gosto é reconhecido, são colecionadoras das obras de Roberto Magalhães, e suas moradas no Rio de Janeiro contam com muitas telas do artista.
Gosto de ouvir histórias a respeito do pintor, assim como coleciono seus comentários. Uma das tantas cenas divertidas, e reveladoras do seu pensamento de artista, relata que no dia primeiro de abril de 1964, Roberto precisou ir ao centro do Rio de Janeiro. Em dado momento, se deu conta da movimentação militar e todo o agito provocado pela tomada do poder pelo exército. Dirigiu-se a um soldado para se informar do que estava acontecendo. Trata-se do encantamento daqueles que vivem no mundo da criatividade artística.
Trabalhos inéditos, como este, assinados por Roberto Magalhães fazem parte do livro-objeto “Sem Pé Nem Cabeça”. (Foto: reprodução)