Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de maio de 2018
Em entrevista publicada pela revista Variety, a atriz Cate Blanchett falou sobre movimentos de igualdade entre gêneros e também revelou ter sido assediada por Harvey Weinstein. Quando questionada se foi assediada por Weinstein, ela diz: “Sim. Eu acho que ele primeiro focou, como a maioria dos assediadores, nas mais vulneráveis. Eu quero dizer que tive uma sensação ruim com ele… ele dizia para mim com frequência: ‘Nós não somos amigos’, porque, bem, eu não fazia o que ele me pedia para fazer”.
O entrevistador então pergunta o que exatamente ele lhe pedia para fazer, mas Cate não quis especificar. “Há camadas e camadas de assédio sexual. Eu fui importunada, claro. Eu não sei se há muitas pessoas que não foram”, falou.
“Eu estou realmente interessada nas pessoas que transgridem de maneiras além dos limites da ofensiva, no que as pessoas como Harvey fizeram, e que há homens em muitas áreas que fizeram isso. Ele foi eleito como um exemplo porque ele é, infelizmente, um certo tipo comum de homem. Eu estou interessada nessas pessoas sendo processadas. Nós temos de estabelecer um precedente legal”, disse Cate.
Cate disse ainda que espera que Weinstein seja preso. “Bem, eu espero que ele vá. Estupro é crime, da última vez que eu vi. Acho que é muito importante que as pessoas sejam julgadas pelo sistema judicial. É um braço realmente importante da democracia que devemos defender porque está sob ameaça de muitos interesses diferentes”, falou.
Produtora
A produtora Weinstein Co. vem aceitando ofertas de compradores interessados em seus ativos (e cujo vencedor terá que desembolsar US$ 310 milhões), mas, se depender do diretor Quentin Tarantino, nenhum negócio será fechado, informa o “Hollywood Reporter”. Isso porque a empresa fundada por Harvey Weinstein, que caiu em desgraça após as denúncias de assédio sexual, estaria devendo a Tarantino milhões de dólares em royalties.
O diretor é apenas um entre vários astros e estrelas que deram entrada nos tribunais americanos nesta segunda-feira (30) para contestar contratos antigos e reclamar direitos e pagamentos (outros incluem Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Brad Pitt, Jake Gyllenhaal, Stephen King, Bill Murray, Meryl Streep, Julia Roberts, além do próprio Harvey Weinstein).
A parceria entre Tarantino e Weinstein foi duradoura, e começou nos anos 1990 ainda com a Miramax, com “Cães de aluguel” (1992), “Pulp Fiction” (1994) e “Jackie Brown” (1997), mas sua principal preocupação é mesmo com os quatro filmes que dirigiu para a Weinstein Company na última década. Segundo os papéis da declaração de falência, são devidos royalties de “À prova de morte” (2007), “Bastardos inglórios” (2009), “Django livre” (2012) e “Os oito odiados” (2015), pelos quais o diretor reclama, respectivamente, US$ 300 mil, US$ 575 mil, US$ 1,25 milhão e cerca de US$ 2,5 milhões.