Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2016
Xerostomia. O nome pode parecer estranho para muita gente, mas quase todo mundo já passou por isso: é a famosa “boca seca”. Na véspera de uma prova ou evento importante, é comum apresentar o sintoma, já que o estresse e o nervoso são dois dos causadores. O problema é quando a boca seca vira um sintoma recorrente: ela pode estar associada a problemas de saúde mais sérios.
Nesta época do ano, o frio pode até levar ao ressecamento labial, mas nada tem a ver com a xerostomia. “A boca seca pode ser um sinal de que alguma coisa está acontecendo com a saúde, pois é sintoma de algumas doenças. A xerostomia acaba prejudicando a digestão, uma vez que a saliva é o primeiro processo químico para digerir as enzimas dos alimentos”, explica o cirurgião dentista Ariel Apelbaum.
O médico alerta para os sinais: “A boca fica toda seca por dentro, as pessoas costumam acordar com a língua praticamente colada no céu da boca e têm dificuldade para deglutir”. Para ele, o inverno agrava a situação, já que as pessoas consomem menos água e bebem líquidos que geram o ressecamento da mucosa, como o vinho.
Saliva deve ser estimulada.
Apelbaum destaca, ainda, que a saliva é importante até para o subconsciente – quando alguém machuca o dedo, por exemplo, instintivamente leva-o à boca. Os animais fazem o mesmo. E há uma explicação química: “Além da digestão, ela faz nossa proteção. Mantém o pH da boca e as enzimas protetoras. A carência do líquido aumenta as chances de ter cárie, gengivite ou mau hálito”, esclarece o médico.
Os idosos estão mais propensos a desenvolver a xerostomia, alerta a geriatra Márcia Umbelino. Ainda segundo a médica, por atrapalhar o processo digestivo, o problema pode aumentar as chances de engasgos, que já são altas em pessoas mais velhas. “O avançar da idade pode causar atrofia da glândula salivar. Além disso, a maioria começa a tomar medicações que podem causar a boca seca”, aponta Márcia. “É uma situação muito delicada, porque em muitos casos não é possível interromper o uso destes remédios”, alerta.
Tratamento.
O tratamento para a boca seca, que deve ser diagnosticada através de consulta em um profissional de saúde, pode ser feito através de exercícios intraorais, em consultas com uma fonoaudióloga. “Dependendo do grau de xerostomia, a gente faz exercícios para estimular a produção da saliva, com movimentos na língua, entre a gengiva e a bochecha”, destaca a fonoaudióloga Patrícia Santoro,
Além disso, há também os estimuladores ou repositores de saliva – estes últimos que funcionam como uma “saliva artificial”. “Os estimuladores mecânicos são, por exemplo, chicletes e balas a base de xilitol. Há também os repositores neutros, que umidificam a boca, e os enzimáticos, que contém enzimas da saliva, como a lisozima, responsável pela inibição da proliferação de bactérias”, expõe Ariel.
Os especialistas também apontam que é importante ingerir bastante água durante o dia e fazer bochechos entre as refeições para combater a xerostomia. (AG)