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A Bolsa brasileira encerrou o último pregão antes do Natal com ganho de 0,43%, o maior valor do ano; o dólar caiu 0,54%, cotado a R$ 4,86

Desempenho negativo é uma junção de fatores macroeconômicos. (Foto: Divulgação)

O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores brasileira, a B3, encerrou último pregão antes do Natal com ganho de 0,43%, aos 132.752 pontos – o maior valor do ano e o sétimo recorde para dezembro. Já o dólar caiu 0,54% na sexta-feira (22), indo a R$ 4,8606.

O bom desempenho veio da menor aversão a risco no País, depois da promulgação da Reforma Tributária. Investidores ainda estão otimistas com o controle da inflação no Brasil e no exterior, esperando quedas nas taxas de juros no início de 2024.

Nos Estados Unidos, o principal indicador de inflação, o PCE, avançou abaixo das projeções, reforçando as perspectivas de juros mais baixos e levando as bolsas de Nova York à oitava semana seguida de alta. Na sexta-feira, porém, Dow Jones caiu 0,05%, enquanto S&P 500 subiu 0,17%, e Nasdaq ganhou 0,19%.

A sessão de sexta, marcada por baixa liquidez, contou com investidores renovando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) comece a baixar os juros do país no começo do ano que vem.

Mais cedo, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos havia divulgado que o núcleo da inflação ao consumo (PCE) subiu 0,1% em novembro, dentro das expectativas do mercado, o que reforça o sentimento positivo.

No Brasil, o dia foi de agenda econômica vazia, mas com o mercado de olho no andamento de pautas importantes no Congresso Nacional, com destaque para o Orçamento de 2024.

Com o resultado de sexta, o Ibovespa passou a acumular ganhos de: 1,96% na semana; 4,26% no mês; e 20,98% no ano.

Já o dólar passou a acumular quedas de: 1,54% na semana; 1,11% no mês; e 7,91% no ano.

Nível global

A última divulgação importante antes do recesso de Natal agradou investidores em nível global. O núcleo da inflação de consumo (PCE) dos Estados Unidos, indicador mais observado pelo Fed para suas tomadas de decisões sobre as taxas de juros, vieram em linha com o que era projetado pelo mercado, com uma alta de 0,1% no mês de novembro e de 3,2% na comparação anual.

Já o índice cheio, que engloba também os preços de alimentos e energias, que são mais voláteis, caiu 0,1% no mês e acumula alta de 2,6% na comparação anual.

O resultado foi uma “surpresa benigna” que mostra que “os preços seguem uma trajetória de desaceleração”, segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.

Por ser o dado de inflação preferido do Fed, esse resultado positivo aumenta as expectativas de que a instituição deve começar um ciclo de corte em suas taxas de juros em breve.

Atualmente, as taxas da maior economia do mundo estão entre 5,25% e 5,50% ao ano, depois do Fed mantê-las inalteradas em sua última reunião.

O presidente do BC americano, Jerome Powell, disse que é provável que eles tenham chegado ao fim do ciclo de altas nos juros, mas não descartou novos aumentos caso a inflação volte a apresentar uma trajetória de alta acelerada.

“Tal perspectiva substancia e suporta a visão de cortes de juros em 2024. Em qual magnitude e quando se darão esses cortes, ainda são questões incertas e as quais o mercado deve continuar especulando a respeito. Mas o dado de hoje acaba por sedimentar tal percepção a qual tem sido benéfica para os mercados, tanto de renda fixa quanto renda variável”, comenta Castro Alves.

Juros mais baixos nos Estados Unidos são benéficos para os ativos de risco no mundo todo, inclusive a moeda e a bolsa de valores brasileiras. Isso porque os títulos públicos norte-americanos são considerados os mais seguros do mundo e, quando as taxas sobem por lá, o rendimento deles também sobe, levando a uma migração do capital estrangeiro, que sai dos mercados de risco.

No Brasil, o mercado seguiu de olho no andamento de pautas políticas no Congresso, com destaque para o Orçamento de 2024, que foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) na véspera. As informações são do jornal O Globo e do portal de notícias G1.

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