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A Bovespa fechou em queda nessa terça-feira, após um boato sobre delação premiada contra um candidato à Presidência da República

Especialistas alertam para o impacto das "fake news" no cenário político e econômico. (Foto: Agência Brasil)

Uma série de rumores políticos agitou o humor do mercado financeiro nesta terça-feira. O principal deles era sobre a possibilidade de homologação de delações premiadas desfavoráveis ao ex-governador paulista Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência da República, embora não houvesse qualquer movimentação recente nesse sentido.

No final da tarde, a defesa do executivo Laurence Casagrande Lourenço, ex-presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A), afirmou ser “absolutamente mentiroso o boato segundo o qual ele estaria pensando em fazer delação premiada”. Ele é investigado no âmbito da Operação Pedra no Caminho, que mira fraudes em obras do Rodoanel Trecho Norte.

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), principal índice do segmento no País, operava estável nessa terça-feira, passou a cair e fechou em baixa de 0,87%, aos 80.346,53 pontos. Já o dólar comercial, que estava em uma trajetória descendente, terminou o dia com valorização de 0,93%, cotado a R$ 3,76 reais na venda.

Na avaliação de especialistas como André Perfeito, economista-chefe da empresa Spinelli Corretora, o mercado foi contaminado por três boatos.

– Uma suposta entrevista ao vivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso há quatro meses em Curitiba (PR) pela Operação Lava-Jato e já foi proibido pela Justiça de conceder entrevistas ou participar de debates;

– A suposta delação contra Geraldo Alckmin;

– Dados de uma nova pesquisa de intenções de voto para a corrida presidencial, mas o levantamento CNT/MDA só será divulgado nesta quarta-feira.

“Isso mostra o grau de nervosismo em que o mercado se encontra neste momento e como estamos andando em gelo fino”, frisou o economista. “Trata-se de um ambiente minado e, sem dúvidas, esta será uma eleição muito complexa.”

“Fake news”

O analista de investimento da Mirae Corretora, Pedro Galdi, acrescentou que esse tipo de rumor é bem comum em anos de decisões nas urnas: “Toda eleição é a mesma coisa. E as ações mais impactadas são as dos bancos e de empresas estatais”.

Galdi salientou, ainda, que a proliferação das “fake news” (notícias falsas disseminadas na internet, sobretudo nas redes sociais), combinada à expansão da utilização do aplicativo WhatsApp, deram velocidade a esses boatos, com resultados imprevisíveis.

“Agora tudo se espalha mais rapidamente”, observou. “É preciso estar ciente de que teremos muito nervosismo no mercado até a eleição. E depois de definido o ganhador, o mercado fica na expectativa da definição da equipe econômica.”

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