Sábado, 08 de março de 2025
Por Redação O Sul | 13 de junho de 2024
Dados mais recentes do censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam o Rio Grande do Sul como o Estado de maior percentual de idosos no País. São 2.193.416 indivíduos com 60 anos ou mais, segmento equivalente a mais de 20% da população e que demanda uma série de cuidados específicos.
O acolhimento é vital para a manutenção da saúde e do bem-estar das pessoas mais velhas. De acordo com especialistas, o contexto extraordinário pós-enchentes – a pior catástrofe ambiental já ocorrida em solo gaúcho – e que remete aos auge da pandemia de coronavírus – é acompanhado de incertezas que podem intensificar episódios de ansiedade, solidão e desamparo.
A questão não é apenas material ou financeira, mas também afetiva e anímica. “Tempo e atenção são as principais formas de acolhimento ao idoso”, ressalta a geriatra Estefânia Mocelin, do residencial Magno Três Figueiras São Pietro, de Porto Alegre. “Essa dedicação é essencial, como uma algo simples mas bastante eficaz e que está ao alcance de todos.”
Ela destaca três ações simples mas que fazem muita diferença. São atitudes diretamente ligadas a recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o envelhecimento ativo da população, com base em quatro eixos: saúde (bem-estar biopsicossocial), participação (social, cultural, espiritual e cidadania), segurança (inclusive no âmbito da proteção) e aprendizagem (formal ou informal) ao longo da vida.
Pilares
Estefânia chama a atenção para a importância de três gestos fundamentais. Todos passam por uma questão de empatia, ou seja, colocar-se no lugar do outro para um melhor entendimento de suas particularidades e necessidades.
– Escuta ativa: mesmo que as histórias contadas sejam repetitivas ou não pareçam ter nexo, ouvir e interagir é uma forma efetiva de se conceder amparo, Dessa forma, fazendo com que o idoso tenha a percepção de que as pessoas se importam com ele, tanto na esfera física quanto mental.
– Senso cognitivo: viabilizar e estimular o engajamento em jogos, leitura de jornais, revistas ou meios digitais, bem como atividades de canto ou dança, por exemplo, favorece aspectos como a memória e o raciocínio.
– Socialização: Como em qualquer outra fase da vida, o indivíduo nessa faixa etária necessita de validação e sentimento da sensação de pertencimento social. Interagir com as demais pessoas de seu círculo (seja na família ou em uma instituição de acolhimento) fortalece seu vínculo à realidade.
(Marcello Campos)
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