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Economia “A Câmara está com poder muito grande e não pode humilhar o Senado e o Executivo”, diz o ministro da Fazenda, Fernando Haddad

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Ministro também diz que sua "boa relação" com o presidente da Câmara começou a ser construída após as eleições. (Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu nessa segunda-feira (14) que há atritos entre o Executivo e a Câmara dos Deputados. Ele elogia a articulação como as lideranças da Casa, mas diz que a negociação não está sendo “fácil”.

Haddad participou na última sexta (11) do programa Reconversa, do jornalista Reinaldo Azevedo. A transmissão ocorreu nessa segunda.

“O fato é que estamos conseguindo encontrar caminho. Não está fácil, não pense que está fácil. A Câmara está com um poder muito grande e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. Mas, de fato, ela está com um poder que eu nunca vi na minha vida.”

Ele também diz que há a necessidade de “moderação” nas relações entre os poderes.

“O bom da democracia é que a pessoa não vai ter esse poder para sempre, a instituição pode ter, mas você não sabe na mão de quem ela (instituição) vai estar daqui com dois, quatro, 10 anos”, diz, sem citar nomes.

Ao falar sobre sua “boa relação” com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Haddad diz que o diálogo começou a ser construído após as eleições, quando foi aprovada a proposta de emenda constitucional da transição, para garantir aumento orçamentário no primeiro ano do governo Lula. Ainda sobre a relação com Lira, Haddad diz que já houve debates:

“A gente só aparece sorrindo, mas às vezes (há) debate acalorado”, pontuou.

Haddad comentou ainda que foi escolhido para chefiar a área econômica por não ter “apego a dogmas”. Ele lembrou de conversa que teve com o presidente Lula sobre a necessidade de alguém com “senso prático” como ministro da Fazenda.

Ligação

Haddad disse que ligou para o presidente da Câmara para esclarecer fala, que segundo ele, foi interpretada como uma crítica à Casa.

“As minhas declarações foram tomadas como crítica à atual legislatura. Na verdade, eu estava fazendo uma declaração sobre o fim do chamado presidencialismo de coalizão. […] Eu defendi, durante a entrevista, que essa relação fosse mais harmônica e que pudesse produzir os melhores resultados”, afirmou a jornalistas.

O ministro disse ter acordado a declaração à imprensa em telefonema a Lira. De acordo com Haddad, a conversa com Lira “foi excelente” e afastou o tom crítico à Casa.

“Não vamos fazer disso um cavalo de batalha. Primeira providência que tomei foi ligar para o presidente Arthur Lira e esclarecer o contexto das minhas declarações. Minhas declarações não dizem respeito à atual legislatura. Eu sou só elogios para a Câmara, para o Senado e Judiciário. Nós não teríamos chegado aqui sem a concorrência dos Poderes da República.”

Em publicação nas redes sociais, Lira afirmou que manifestações “enviesadas e descontextualizadas não contribuem no processo de diálogo e construção de pontes tão necessários para que o país avance”.

Lira disse, ainda, que é “equivocado pressupor” que a articulação para apoio em propostas na Casa “revela a concentração de poder na figura de quem quer que seja”.

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