Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Leandro Mazzini | 22 de outubro de 2016
Romero Jucá, Fernando Collor, Renan Calheiros, Edison Lobão, Gleisi Hoffmann – todos alvos da Lava-Jato – pediram e tiveram seus gabinetes e residências visitados pela Polícia Legislativa em varreduras contra grampos nos últimos meses. Um agente revelou à Coluna que foram descobertos e desativados grampos em apartamentos funcionais de senadores, mas não sabiam que eram da PF (Polícia Federal). A PF não confirma. Essas investigações, por lei, estão cercadas de sigilo. Mas em coletiva, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, deu a dica de que provas foram destruídas.
Respaldo
A DEPOL tem autorização das resoluções 59/2002 e 14/2015, do regimento do Senado, para varreduras – mas precisaria de autorização do STF porque senadores são alvos.
Causa própria
Curiosamente a autorização para trabalho antiespionagem foi garantida por resolução de 2015, quando a Lava-Jato já batia à porta do Congresso.
A maleta
A DEPOL utiliza o sistema Oscor, comprado pelo Senado há poucos anos. É uma maleta high tech que detecta grampos e escutas ambientais. Foram apreendidas dez delas.
Caciques
Dois citados ontem nos bastidores são obcecados por varreduras. Fernando Collor pede à DEPOL semanais no gabinete e em sua casa. Quando senador, José Sarney também – e o “serviço” continuou mesmo após o mandato se encerrar. O esquema de obstrução da investigação foi revelado por dois agentes que não quiseram se envolver.
Controle…
Um decreto do presidente Michel Temer assinado na quinta-feira transferiu para a Spring Televisão S.A. a concessão da antiga MTV, que era do Grupo Abril. A TV foi vendida dois anos atrás, sem valor revelado – coisa de R$ 400 milhões.
… remoto
O Grupo Abril à época recusou uma oferta de R$ 350 milhões do Pastor R.R.Soares pela antiga MTV. Agora Temer valida a operação. O caso passa – e deu um salto rápido – pelo Ministério das Comunicações, do ministro paulista Gilberto Kassab.
Religião & História
O governo declarou de “interesse público” acervo arquivístico do saudoso dom Lucas Moreira Neves. Eis boa oportunidade ara quem gosta de religião, política e História.
Mexeu com elas..
Eduardo Cunha é teimoso e reticente. Garantiu que não há o que falar. Mas se prenderem a mulher e uma das filhas, ele vai soltar tudo contra novos personagens.
Correção de look
A turma da Fenapef, dos policiais federais, lembra que quem determina a escolha dos agentes de escolta é um delegado. Reparem que no mesmo dia, após a fama do policial “barba lenhador & coque samurai”, os agentes da escolta de Eduardo Cunha em Curitiba apareceram fardados e com capuz (a balaclava).
Prévia
Deflagrada em dezembro de 2015, a operação Catilinárias guarda prévia do que pode revelar uma possível delação premiada do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, agora preso em Curitiba. Nos celulares apreendidos, haveria mensagens de ameaça e cobranças incisivas para partidários que hoje ocupam altos escalões do governo.
“Efeito Orloff”
Uma das mensagens traz a frase depois celebrizada por Eduardo Cunha na CCJ da Câmara. “Hoje sou eu. É o efeito Orloff. Você, amanhã”, dirigida a um peemedebista – hoje ministro palaciano.
Mau cheiro
O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), se esquivou de comentar a prisão de Cunha. “Não gosto de comentar prisão, nem de adversário. Cadeia não é uma coisa boa; cadeia fede”, disse o parlamentar.
Ponto Final
“Temer se aposentou com 55 anos, ganha R$ 30 mil de aposentadoria, e propõe elevar de 65 para 70 o recebimento do benefício. É pra matar, não?.” – Da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
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