A China Eastern Airlines colocou no chão todos os seus aviões modelos Boeing 737-800, após a queda do voo MU5735 em uma área montanhosa do sul chinês nesta segunda-feira (21).
De acordo com a empresa, a medida foi tomada por “razões de segurança”. O Boeing 737-800 é uma das aeronaves mais usadas na aviação comercial para rotas de curto e médio alcance, com mais de 5 mil unidades entregues no mundo todo.
“A empresa expressa suas profundas condolências pelos passageiros e tripulantes que morreram na queda do avião”, disse o grupo em um documento enviado à Bolsa de Valores de Xangai.
O jato envolvido no acidente desta segunda-feira tinha menos de sete anos de vida, ou seja, era considerado jovem. O avião viajava entre Kunming e Guangzhou com 132 pessoas a bordo (123 passageiros e nove tripulantes), mas perdeu contato com os radares perto de Wuzhou, na região de Guangxi.
Uma testemunha disse à imprensa local que o jato se partiu “completamente” e que as chamas provocadas pela queda destruíram áreas florestais na encosta de uma montanha.
Não há informações sobre a causa da queda do avião. Imagens compartilhadas por internautas chineses mostraram uma encosta densamente arborizada em chamas, enquanto explosões soavam, mas a localização da filmagem não era clara.
O impacto causou incêndio no condado de Teng da cidade de Wuzhou, em Guangxi.
O site de rastreio FlightRadar24 mostrou que o voo MU5735 despencou de 29,1 mil para 3,225 mil pés em apenas três minutos, antes de as informações desaparecerem dos radares.
O presidente da China, Xi Jinping, disse estar “chocado” com o acidente e pediu “todos os esforços” para identificar as causas “o quanto antes”.
Xi também recebeu uma mensagem de condolências do presidente da Itália, Sergio Mattarella. “Recebi com grande tristeza a notícia da queda do voo China Eastern 5735 nas montanhas de Guangxi. Enquanto o socorro ainda está em curso, desejo enviar ao senhor e ao amigo povo chinês as mais sinceras condolências da República Italiana”, escreveu o chefe de Estado.
O acidente pode se tornar um dos piores desastres aéreos da China em quase duas décadas, após uma sucessão de acidentes fatais na década de 1990. Nas últimas duas décadas, o país estabeleceu um recorde de voo relativamente seguro, graças a uma frota jovem de aviões e controles aéreos mais rígidos.
De acordo com a Aviation Safety Network, o último acidente fatal com jato na China foi em 2010, quando 44 das 96 pessoas a bordo morreram quando um jato regional Embraer E-190 da Henan Airlines caiu na aproximação ao aeroporto de Yichun em baixa visibilidade. As informações são da agência de notícias Ansa e do jornal O Estado de S. Paulo.