Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de julho de 2019
De 1º a 13 de agosto, a cinemateca Capitólio apresentará o ciclo “4x Clouzot”, com quatro obras restauradas do diretor francês Henri-Georges Clouzot (1907-1977). Um dos maiores e mais polêmicos nomes da história do cinema de seu país, ele foi mestre do suspense e do chamado “realismo noir”.
Estarão em cartaz os longa-metragens “O Assassino Mora no 21” (realizado durante a 2ª Guerra Mundial) e duas obras-primas eternas da década de 1950: “O Salário do Medo” e “As Diabólicas”. A sequência se completa com “O Mistério de Picasso”, que documenta o processo criativo do gênio espanhol das artes plásticas.
Além desses quatro títulos autorais, a mostra inclui os documentários “O Escândalo Clozout”, cujo tema são os intensos métodos de trabalho do realizador ao longo de sua trajetória, e “O Inferno de Henri-Georges Clouzot”, sobre a mítica obra interrompida “L’Enfer”.
A mostra é realizada em parceria com o Institut Français e a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil. Os ingressos custam R$ 10, com meia-entrada para estudantes e idosos. A cinemateca Capitólio fica na esquina da rua Demétrio Ribeiro com a avenida Borges de Medeiros (Centro Histórico), em uma área com várias opções de ônibus, lotações e táxis.
Programação
– “O Assassino Mora no 21” (1942). Trillher policial com Pierre Fresnay, Suzy Delair e Noël Roquevert. Um assassino em série deixa sobre os corpos de suas vítimas um cartão de visitas. Um delegado recebe a pista de que o responsável pelos crimes estaria hospedado em uma pensão familiar. Disfarçado de pastor e acompanhado por uma amiga, o investigador se hospeda no estabelecimento para solucionar o caso;
– “O Salário do Medo” (1952). Com Yves Montand, Charles Vanel e Peter van Eyck. Drama que se passa em um pobre vilarejo da América Central, onde uma companhia de petróleo norte-americana contrata quatro imigrantes europeus para transportar dois caminhões carregados de nitroglicerina (composto altamente explosivo) por 500 quilômetros de estradas perigosas;
– “As Diabólicas” (1954). Com Noël Roquevert, Simone Signoret e Véra Clouzot. “Suspense noir” em que um homem dirige com mão-de-ferro um pensionato para meninos, com a ajuda de sua doce esposa e tendo como amante professora da instituição. Cansadas do despotismo do marido/amante, elas se associam para assassinar o personagem;
– “O Mistério de Picasso” (1955). Com Pablo Picasso e Henri-Georges Clouzot. Documentário sobre o gênio espanhol das artes e amigo do diretor cinematográfico. Em foco, o processo criativo e a elaboração de 20 telas. Usando tinta e papel especiais, ele elaborava os desenhos enquanto Clouzot filmava o lado inverso da tela, capturando o trabalho em tempo real. Quando o artista decidiu pintar a óleo, Clouzot optou por utilizar a técnica de animação em “stopmotion”;
– “O Inferno de Henri-Georges Clouzot” (2009). De Ruzanda Medrea e Serge Bromberg. Documentário. Em 1964, Clouzot iniciou as filmagens de seu novo longa, “L’Enfer”, com Romy Schneider e Serge Reggiani no elenco de uma das mais caras produções francesas da história do cinema. Após algumas semanas de trabalho, o ator ficou doente, Clouzot sofreu um ataque cardíaco e a produção foi interrompida. Passados 40 anos, a viúva do diretor liberou os registros;
– “O Escândalo de Clouzot” (2017). De Pierre-Henri Gibert. Documentário que também lança um olhar sobre os polêmicos métodos de trabalho do cineasta francês.
(Marcello Campos)