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Brasil A Confederação Brasileira de Futebol usa a festa do Palmeiras para se aproximar de Bolsonaro: com um histórico de corrupção, a entidade perdeu representantes no Congresso Nacional na eleição

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Bolsonaro entregou a taça para Felipão e seus comandados. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) faz lobby para se aproximar do presidente eleito Jair Bolsonaro. O primeiro gesto público foi visto neste domingo (2), no Allianz Parque, quando a cúpula da entidade aproveitou a festa de campeão nacional do Palmeiras para se apresentar oficialmente ao político do PSL. Pivô de uma série de escândalos de corrupção nos últimos anos, a CBF ainda não havia conseguido estreitar laços com o novo governo. A confederação perdeu aliados importantes em Brasília na última eleição.

Parlamentares próximos à CBF, da chamada bancada da bola, não conseguiram se reeleger. Casos do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e dos deputados Marcus Vicente (PP-ES) e Sarney Filho (PV-MA), irmão de Fernando Sarney, vices da entidade.

Já Zezé Perrela (PTB-MG) e Vicente Cândido (PT-SP) não se candidataram.

Oposicionistas da entidade como Otavio Leite (PSDB-RJ) e Silvio Torres (PSDB-SP), relatores da Lei do Profut e da CPI da CBF/Nike, também não conseguiram se eleger.

No domingo (2), os cartolas da CBF chegaram cedo ao estádio do Palmeiras e aguardaram no camarote do clube o encontro com o presidente eleito. Bolsonaro foi cordial com o coronel Antônio Carlos Nunes, atual presidente da CBF, e Rogério Caboclo, que assumirá o cargo em abril.

Com seus três ex-presidentes envolvidos em denúncias de corrupção — Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero —, a CBF tenta se blindar de uma investigação do novo governo.

A entidade possui histórico de propinas em contratos de TV e da seleção brasileira. Marin está preso nos EUA desde 2015, enquanto Del Nero não sai do Brasil devido a investigações das autoridades americanas contra cartolas da Fifa.

Na segunda-feira (3), Caboclo comemorava o sucesso do encontro com o presidente eleito.

Os dirigentes da entidade articularam para o presidente eleito entregar o troféu de campeão. Avisaram ao clube que existiria a possibilidade dele participar da festa. Motivada também por publicação do político em redes sociais em que parabenizava o Palmeiras pela conquista, a diretoria do time oficializou o convite ao político do PSL.

Com o chamado feito pelo Palmeiras, a CBF agilizou os procedimentos para que o presidente eleito fosse bem recebido pela cúpula da entidade. Organizou os trâmites do protocolo para que Bolsonaro entregasse a taça de campeão brasileiro no gramado para os jogadores erguerem após a partida.

No camarote oficial do clube, os cartolas da confederação tietaram o presidente eleito antes do jogo diante do Vitória. Além de Nunes e Caboclo, o diretor de competições, Manoel Flores, o secretário-geral, Walter Feldman, participaram do encontro.

Pela relação militar, Nunes, coronel aposentado da Polícia do Pará, foi quem mais conversou com o Bolsonaro, capitão reformado, no momento imediato após a chegada do político. Eles estiveram juntos durante alguns minutos, enquanto conselheiros do Palmeiras pediam fotos e elogiavam o político do PSL.

Em seguida, Flores, Feldman e Caboclo foram os responsáveis por reforçar o convite para o presidente eleito entregar a taça dentro do campo. O filho do ex-presidente banido da CBF, Marco Polo Del Nero Filho, também estava nos camarotes e conversou com membros da CBF.

O senador eleito Major Olímpio (PSL-RJ) era outro político presente no mesmo camarote que a cúpula da CBF. Aliado de Bolsonaro, ele já atuou contra a confederação como deputado federal.

Em 2015, por exemplo, chegou a atacar Walter Feldman, em sabatina na Câmara de Deputados. Na época, publicou em sua página do Facebook que “enquadrou o secretário-geral da CBF durante CPI da Máfia do Futebol”. Ainda questionou: “Tudo isso é uma vergonha, não acham?”. Neste domingo, eles dividiram o mesmo camarote no estádio do campeão brasileiro.

Como o Palmeiras não estava vencendo a partida — o jogo estava 2 a 2 até o último minuto —, ficou a dúvida se Bolsonaro participaria da festa. Tanto que a cúpula da CBF deixou o camarote aos 35 minutos do segundo tempo com direção ao campo, e o presidente eleito continuou no local. Somente após o terceiro gol que o capitão saiu do camarote e foi correndo para os elevadores que dão acesso ao gramado.

Em campo, o presidente eleito recebeu apoio do elenco e da torcida, ficou meia hora no gramado, deu a volta olímpica e até ergueu a taça.

Após o encontro de domingo, porém, a relação da CBF com o governo Jair Bolsonaro ainda é uma incógnita.

A entidade foi bem próxima do poder durante os governos Lula (2003-10), onde não enfrentou investigações.

Com Dilma Rousseff no poder, o governo se afastou de cartolas da CBF. A ex-presidente se aproximou do movimento Bom Senso, crítico aos dirigentes. O grupo de jogadores cobrava profissionalização na gestão dos clubes, mudança no calendário e pelo fim da inadimplência no pagamento de salários de atletas.

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