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Brasil A consultoria de Sérgio Moro disse em 2017 que o tríplex não era de Lula

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A ida de Moro para Alvarez and Marsal levantou uma série de questionamentos éticos na comunidade jurídica. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Quando era o juiz encarregado dos casos da autointitulada Operação Lava-Jato, Sérgio Moro ignorou uma prova apresentada pela defesa do ex-presidente Lula sobre a propriedade do tríplex do Guarujá, no litoral paulista.

Segundo informação levantada pelo colunista da Folha da S.Paulo e âncora da Band News FM, Reinaldo Azevedo, a defesa do ex-presidente enviou ao então juiz, no dia 19 de abril de 2017, dois documentos que demonstravam que o imóvel cuja propriedade era atribuída ao petista e provocou sua condenação não o pertencia.

Para a Alvarez & Marsal – consultoria com vários clientes ligados aos casos do consórcio de Curitiba e atual empregadora do ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública –, o tríplex pertencia à empreiteira OAS. O então juiz não considerou a prova apresentada pela A&M e julgou que o apartamento, de fato, pertencia a Lula.

A ida de Moro para Alvarez and Marsal levantou uma série de questionamentos éticos na comunidade jurídica. Apesar de o ex-juiz alegar que a natureza de sua nova função não está relacionada a advocacia, o Conselho Federal da OAB vai intimá-lo para que ele explique suas atividades. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) protocolou pedido para que a PGR investigasse a incursão do ex-juiz da ‘Lava-Jato’ na iniciativa privada.

Candidatura

A ida do ex-ministro Sérgio Moro à iniciativa privada foi recebida com surpresa por entusiastas de sua eventual candidatura à Presidência, vista agora como uma possibilidade mais remota por políticos com quem ele vinha conversando.

Moro foi contratado pela consultoria de gestão de empresas internacional Alvarez & Marsal, que administra o processo de recuperação judicial da Odebrecht. O anúncio foi feito nesta semana.

Empresa no centro das investigações da Operação Lava-Jato, a construtora teve seu ex-presidente Marcelo Odebrecht preso e condenado por Moro, então juiz federal em Curitiba. Para políticos ouvidos pela reportagem, tanto apoiadores seus quanto detratores, o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro sinalizou com a escolha que não quer ser candidato.

O emprego é considerado um seguro milionário, ainda que valores sejam sigilosos. Moro não avisou integrantes de siglas interessadas em filiá-lo, como o Podemos, de sua decisão. Um líder do DEM, partido que não via com bons olhos as conversas entre Moro, o apresentador Luciano Huck e o governador João Doria (PSDB) mirando 2022, diz que a margem de manobra do ex-ministro se reduziu.

Para ele, a associação com uma empresa com ligação com a Odebrecht, por mais que não haja conflito de interesses no trabalho de ajudar com o compliance de clientes, dilapida a imagem de justiceiro da Lava-Jato de Moro, talvez seu único patrimônio político.

Além disso, há o fato de que Moro viu sua estatura se reduzir após a estrondosa crise de sua demissão do governo. Naquele momento, em abril, líderes de partidos de centro-direita e mesmo na esquerda, onde Moro é tão odiado quanto, viam nas acusações do ex-ministro a chave para um eventual impeachment de Bolsonaro.

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