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Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2019
A Coreia do Sul iniciou no dia 25 deste mês dois dias de exercícios militares para ensaiar a defesa de uma série de ilhas disputadas na costa leste contra um improvável ataque do Japão, o que alimenta as tensões entre os dois vizinhos.
Há poucos dias, Seul encerrou um programa de cooperação de inteligência militar com Tóquio, em meio a disputas comerciais e diplomáticas.
Navios de guerra e aeronaves participarão dos exercícios, disseram as forças navais sul-coreanas em uma mensagem de texto, sem fornecer mais detalhes.
O ensaio – rebatizado de “treinamento de defesa do território do Mar do Leste” – consolidará a determinação militar de defender as ilhas Dokdo e a área ao redor do Mar do Japão, disseram as forças navais.
O Japão criticou esses exercícios como “absolutamente inaceitáveis” e exigiu “firmemente” sua suspensão.
O Ministério das Relações Exteriores japonês disse em comunicado oficial que o exercício é “extremamente lamentável” e anunciou que fez uma queixa contra Seul por meio de canais diplomáticos.
A Coreia do Sul iniciou esses exercícios em 1986 e desde então os realiza duas vezes por ano – geralmente nos meses de junho e dezembro – apesar da improbabilidade do Japão atacar.
Este ano, os exercícios foram atrasados devido à tensão com o Japão.
Seul controla estas ilhotas rochosas do Mar do Japão desde 1945, quando a ocupação japonesa da península coreana terminou, depois de 35 anos.
Tóquio também reivindica as ilhas e acusa a Coreia do Sul de ocupá-las ilegalmente.
Ambas as nações são economias de mercado, democracias e aliadas dos Estados Unidos, e ambas estão ameaçadas pela Coreia do Norte.
Mas os dois vizinhos estão envolvidos em disputas comerciais e diplomáticas há semanas, quando um tribunal sul-coreano ordenou que empresas do Japão indenizassem os sul-coreanos que foram forçados a trabalhar em suas fábricas durante a ocupação japonesa até o final da Segunda Guerra Mundial.
Em julho deste ano, o Japão impôs novas restrições à exportação de bens que são fundamentais para as empresas de tecnologia sul-coreanas, o que desencadeou uma série de medidas de represália que levaram os dois países a retirar a outra parte de suas respectivas listas de parceiros comerciais confiáveis.