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A CPI da Covid convocará três ex-ministros da Saúde. Mandetta será o primeiro e deve falar já na próxima terça-feira

União Brasil já tem três nomes de vice para oferecer em qualquer chapa. Entre els, está Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), ex-ministro da Saúde. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid deve convocar o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e os outros três que o antecederam na pasta: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello. Mandetta, ministro na época em que a pandemia começou, deve ser o primeiro a ser ouvido, já na próxima terça-feira (4).

Foi marcado para esta quinta-feira (28), às 9h, um novo encontro para aprovação do plano de trabalho da CPI, quando também já poderão ser analisados e votados os primeiros requerimentos.

A comissão que vai investigar as ações do governo e o uso de verbas federais na pandemia de covid-19 elegeu seu presidente nesta terça-feira (27). Os trabalhos serão comandados pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que indicou Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria. O vice-presidente eleito é Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Por oito votos a três, Omar Aziz derrotou Eduardo Girão (Podemos-CE), que foi autor do requerimento que estendeu o foco de atuação da CPI para abranger a aplicação de recursos repassados pela União a estados e municípios.

O primeiro encontro do colegiado durou quatro horas e quinze minutos e foi feito de forma semipresencial com parte dos parlamentares participando via internet. A eleição, no entanto, foi secreta, restrita aos que compareceram ao Senado.

Ao assumir a presidência, Aziz prometeu um trabalho técnico e lembrou que existe grande pressão para que os parlamentares tomem decisões equilibradas e coerentes.

“Não dá pra discutir questões políticas em cima de quase 400 mil mortos. Não me permito fazer isso, até porque acabo de perder um irmão. Não haverá prejulgamento de minha parte. Temos que sair daqui de cabeça erguida mostrando os caminhos que o Brasil precisa seguir”, afirmou.

A reunião inaugural da CPI foi aberta pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), por ser o mais idoso titular da comissão. Como já era esperado, parlamentares governistas abriram os trabalhos apresentando questionamentos, com questões de ordem antes de a eleição ser realizada.

Mesmo sem ser integrante do colegiado, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pediu a palavra para defender o governo. Ele afirmou que o parlamentar que estiver na CPI e que “quiser subir nos caixões dos quase 400 mil mortos para fazer politica rasteira e barata” será identificado, julgado e avaliado pela população.

Ele disse ainda que não há como o senador Renan Calheiros, pai do governador de Alagoas, Renan Filho, ter uma postura isenta como relator da comissão. “Falo olhando nos seus olhos, senador Renan, mas eu achava que deveria ter um pouquinho mais de bom senso e abrir mão da relatoria […] A partir do momento em que essa CPI escolher o presidente e o relator, haverá questionamentos judiciais sem dúvida alguma. Imagine se eu fosse indicado para ser relator? Todos que estão aqui hoje defendendo o senhor estariam nos criticando profundamente, pressionando o presidente da Casa, pressionando o presidente da CPI. Só que eu não preciso dar esse trabalho a ninguém, porque eu tenho bom senso”, argumentou.

Sob acusações de ser suspeito para a função de relator, por seu filho Renan Filho ser o governador de Alagoas, Calheiros garantiu que “se pautará pela isenção, imparcialidade e despolitização dos trabalhos”.

“A CPI não é uma sigla de comissão parlamentar de inquisição, é de investigação. Nenhum expediente tenebroso das catacumbas do Santo Ofício será utilizado. A CPI, alojada em uma instituição secular e democrática, que é o Senado da República, tampouco será um cadafalso com sentenças pré-fixadas ou alvos selecionados”, ressaltou. As informações são Agência Senado e da Agência Brasil.

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