Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de julho de 2020
Ministros do Palácio do Planalto que tiveram resultado negativo decidiram trabalhar normalmente.
Foto: Agência BrasilO resultado positivo do presidente Jair Bolsonaro para Covid-19 levou a cúpula do governo a fazer um novo exame para conferir se também estão infectados pelo novo coronavírus. Ministros que tiveram contato com o presidente na última segunda (6) passaram por novas checagens nesta terça-feira (7).
Walter Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Jorge de Oliveira (Secretaria Geral da Presidência) fizeram testes rápidos pela manhã e, após terem resultado negativo, decidiram manter as agendas de atendimento em seus gabinetes no Palácio do Planalto.
Braga Netto vai receber o vice-presidente Hamilton Mourão, e outros ministros, como Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Ernesto Araújo (Relações Exteriores); Tereza Cristina (Agricultura); Fábio Faria (Comunicações); Ricardo Salles (Meio Ambiente); Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo, Roberto Campos Neto (Banco Central) e o presidente da Apex, Sergio Ricardo Segovia. Já Ramos receberá os deputados federais Dr. João (PROS-BA) e Wilson Santiago (PTB-PB). A agenda de Jorge Oliveira mantém apenas “despachos internos”.
O teste rápido, feito pelos auxiliares do presidente, não é o mais indicado para diagnóstico e tem baixa precisão, com risco de dar falsos negativos. Isso porque ele identifica anticorpos produzidos pelo corpo após a exposição ao vírus. Deve ser feito depois do 8° dia de sintomas. Antes disso, sua sensibilidade é baixa. O exame usado para fechar diagnósticos é o do tipo molecular (RT-PCR), feito em laboratório a partir da coleta de secreções do aparelho respiratório do paciente, conforme diretrizes internacionais adotadas no Brasil.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, que esteve com Bolsonaro no churrasco de sábado (4) na Embaixada dos Estados Unidos também passou por um novo exame na manhã desta terça e aguarda o resultado. Ele manteve a agenda no gabinete, mas, segundo aliados, está tomando “cuidados redobrados”. No gabinete, o ministro está usando máscara, fazendo videoconferências e mantendo distanciamento dos funcionários, dizem aliados. Já o embaixador americano, Todd Chapman, afirmou que ele e sua mulher tiveram resultado negativo para a doença, mas que ambos vão permanecer em casa em quarentena. A embaixada disse que os demais funcionários que podem ter sido expostos ao vírus estão passando por exames.
Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu fazer isolamento e está trabalhando de casa. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, também passou por teste nesta terça, apesar de não apresentar sintomas. Ele está isolado em casa enquanto aguarda o resultado do exame. Já o resultado do exame do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que viajou com Bolsonaro para Santa Catarina, deu negativo e ele deve retomar a rotina normal de trabalho.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou ter testado positivo para o Covid-19. Na noite de segunda, com febre de 38°C, Bolsonaro procurou o Hospital das Forças Armadas (HFA) para fazer uma ressonância do pulmão após sentir-se mal. Ele vinha se queixando de mal-estar desde o último sábado. Mesmo sem saber o diagnóstico, o presidente afirmou ter tomado hidroxicloroquina com azitromicina. Não há comprovação científica da eficácia do uso destes medicamentos.
O presidente anunciou já estar se sentindo melhor e estar sem febre. Ele afirmou que fará isolamento no Palácio da Alvorada e trabalhará de forma remota, por meio de videoconferência. Toda a agenda do presidente foi cancelada. Ele tinha pelo menos duas viagens programadas, uma à Bahia e outra a Paracatu (MG), mas ambas foram suspensas. A reunião do conselho ministerial e um café da manhã com a bancada de Goiás também foram prorrogados.