A Defesa Civil está acompanhando o trabalho de assistência às vítimas do prédio que desabou no Centro de São Paulo após incêndio. O Ministério da Integração Nacional informou, por meio de nota, que o ministro Pádua Andrade também acompanha a situação e reafirmou apoio do governo federal para as ações de socorro e assistência às vítimas. Segundo prefeito da cidade, Bruno Covas, São Paulo conta com 70 prédios em situação semelhante.
“Recebemos a orientação do presidente Michel Temer para prestar todo o auxílio necessário às famílias e às equipes das defesas civis do Estado e do município. Estamos todos consternados. O governo federal não medirá esforços para minorar os impactos disso e o sofrimento dessas pessoas”, disse o ministro
O edifício de 24 andares tombou na madrugada desta terça-feira. O Corpo de Bombeiros está fazendo o rescaldo dos escombros do edifício e realizam ainda o levantamento da situação de um prédio vizinho, que também foi atingido pelas chamas.
De acordo com o ministério, Andrade está em contato com o governador de São Paulo, Márcio França, e o prefeito do município, Bruno Covas. O secretário nacional substituto de Proteção e Defesa Civil, Élcio Barbosa, também está em contato permanente com a chefe da Casa Militar e coordenadora estadual da Defesa Civil de São Paulo, Helena Reis.
“As ações do governo federal após casos de incêndios ou desabamentos são complementares à atuação dos Estados e municípios. O contato continua sendo mantido e a equipe da Defesa Civil Nacional está disponível para atuar a qualquer momento”, disse o ministério.
Prefeito diz que São Paulo tem 70 prédios em situação semelhante
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse nesta terça que a cidade tem atualmente 70 prédios ocupados, em situação similar ao edifício que desabou nesta madrugada após ser atingido por um incêndio. De acordo com ele, a prefeitura chegou a fazer seis reuniões com os moradores do local, alertando-os sobre os riscos.
“Nós temos 70 prédios em situação semelhante a esse. São 200 áreas invadidas na cidade de São Paulo, uma situação preocupante. Mas hoje a preocupação zero da prefeitura de São Paulo é o bom atendimento a essas famílias”, disse.
As reuniões, segundo Covas, foram feitas pela Secretaria de Habitação de fevereiro a abril. “O núcleo de intermediação da Secretaria da Habitação para áreas invadidas fez seis reuniões com eles, alertando desses riscos. A gente tinha uma ação em andamento com o governo federal para receber essa propriedade. A prefeitura não pode ser acusada de se furtar da responsabilidade”, disse.
O prefeito ressaltou ainda que o governo do Estado irá fornecer um auxílio aluguel para os moradores do prédio. Até a liberação dos recursos, os moradores poderão ficar em albergues da prefeitura. A orientação, segundo Covas, é que as famílias permaneçam juntas. Na manhã desta terça, a prefeitura verificou que 92 famílias – ou 248 pessoas – estavam morando no prédio.
Segundo o Corpo de Bombeiros, na última vistoria foi identificada uma série de problemas no edifício em relação ao acúmulo de lixo, a materiais combustíveis, e ao impedimento de rota de fuga. “Isso foi relatado [às autoridades], o Corpo de Bombeiros não tem o poder de vir aqui e fechar o prédio”, disse o capitão Marcos Palumbo, porta-voz dos Bombeiros.
De acordo com ele, cães farejadores estão ajudando nas buscas. Os bombeiros não confirmam o número de desaparecidos. Os bombeiros chegaram a confirmar a morte de uma pessoa que estava sendo resgatada no momento do desabamento, mas segundo o capitão, um “milagre” pode acontecer.
“Os escombros estão em alta temperatura, estamos resfriando. Os cães estão fazendo buscas tentado localizar vítimas. Não vamos usar máquinas para remoção dos escombros para não atingir possíveis sobreviventes”, disse.