Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de maio de 2020
O advogado do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, Rodrigo Sánchez Rios, afirmou nesta sexta-feira (22), que a decisão do ministro do STF Celso de Mello de autorizar a divulgação dos vídeos da reunião ministerial de 22 de abril “possibilita às autoridades e à sociedade civil constatar a veracidade das afirmações do ex-ministro em seu pronunciamento de saída do governo e em seu depoimento à Polícia Federal, em 2 de maio”.
Para ele, a decisão do ministro “ressalta o avanço democrático brasileiro, coibindo qualquer tipo de arroubo autoritário e reafirmando a soberania da lei e dos valores da Constituição Cidadã”.
Leia a íntegra da nota:
“A defesa do ex-ministro Sérgio Moro recebeu com respeito e serenidade a decisão do ministro Celso de Mello, relator do Inquérito 4831, que entendeu pela divulgação do conteúdo substancial da reunião ministerial de 22 de abril de 2020. A decisão possibilita às autoridades e à sociedade civil constatar a veracidade das afirmações do ex-ministro em seu pronunciamento de saída do governo e em seu depoimento à Polícia Federal, em 2 de maio.
A decisão do Ministro Celso de Mello ressalta o avanço democrático brasileiro, coibindo qualquer tipo de arroubo autoritário e reafirmando a soberania da lei e dos valores da Constituição Cidadã”.
Manifestação de Moro
O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro afirmou na noite desta sexta que a “verdade foi exposta”, após a divulgação da gravação da reunião ministerial de 22 de abril, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“A verdade foi dita, exposta em vídeo, mensagens, depoimentos e comprovada com fatos posteriores, como a demissão do Diretor Geral da PF e a troca na superintendência do RJ”, disse o ex-juiz no Twitter, acrescentando que “cada um pode fazer a sua avaliação” sobre os outros temas exibidos no vídeo.
A gravação da reunião foi citada por Moro como prova de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Ele mencionou o vídeo em seu depoimento à PF, após pedir demissão do Ministério da Justiça.
O interesse do presidente na superintendência da PF no Rio é um dos pontos principais da investigação. Moro saiu do governo após Bolsonaro exonerar o então diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo. E um dos primeiro atos do novo diretor-geral da PF, Rolando de Souza, foi trocar o diretor da PF no Rio.
Bolsonaro nega que, durante a reunião, tenha defendido a troca na direção da PF do Rio para evitar que familiares e aliados fossem prejudicados. Segundo o presidente, quando falou sobre troca em “sua segurança”, ele se referia à segurança pessoal e de sua família no Rio.
O vídeo da reunião foi divulgado pelo relator do caso, ministro Celso de Mello. Na decisão, o ministro solicitou apenas supressão de poucos trechos relacionados a assuntos de Estado, em que havia menção a outros países.