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A derrota que mais doeu para Bolsonaro no segundo turno

(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A derrota de Fred Rodrigues (PL) em Goiânia foi a mais sentida por Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições. Desaconselhado por aliados a ir para a capital de Goiás no último domingo (27), o ex-presidente insistiu em fazer agenda com o candidato do PL, que acabou derrotado. O vencedor foi Sandro Mabel (União), apoiado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O candidato do União recebeu 55,53% dos votos e o do PL 44,47%.

Na avaliação dos bolsonaristas, dois pontos enfraqueceram Fred Rodrigues na reta final. Um deles foi a denúncia de que seu diploma universitário é falso. O outro foi a operação da Polícia Federal contra o deputado Gustavo Gayer, principal padrinho político do candidato do PL em Goiânia.

Gayer é suspeito de desviar recursos públicos da cota de deputado e falsificar documentos. A investigação aponta que ele mantém uma escola de inglês e uma loja de roupa com recursos da Câmara.

Bolsonaro fez ouvidos moucos e decidiu ir para Goiânia. De camarote, presenciou a derrota do aliado. Ao longo da semana, o ex-presidente vinha recebendo informações de pesquisas mostrando que a chance de Mabel vencer era grande, mas nunca acreditou.

A vitória na capital goiana era questão de honra para Bolsonaro. O ex-presidente tinha certeza de que seu candidato derrotaria Sandro Mabel, e, por consequência, Ronaldo Caiado, com quem Bolsonaro travou uma guerra nas eleições municipais e chegou a chamar o oponente de “covarde” e “rosnador”. Na manhã de domingo, Bolsonaro mudou o tom e fez aceno direto a Caiado, falando que a direita não tem racha.

Indiretas

O presidente do União Brasil, Antônio Rueda, emitiu uma nota com indiretas a Jair Bolsonaro, após o partido vencer com Sandro Mabel o candidato do PL, Fred Rodrigues, na disputa pela prefeitura de Goiânia.

No texto, o mandachuva partidário celebra as conquistas do União Brasil no segundo turno, diz que o extremismo foi “um grande derrotado” e cita expressamente a eleição na capital de Goiás.

“O extremismo nos enfraquece como sociedade. Inviabiliza o diálogo. Paralisa a política. Desvia o foco dos problemas que de fato importam em benefício de guerras culturais em que todos perdem. O radicalismo aponta caminhos fáceis. Mas o País não embarcou nesse canto de sereia. Goiânia foi um exemplo significativo disso. A vitória de Sandro Mabel sela o reconhecimento de suas propostas e da força política do grande governador Ronaldo Caiado. E sela o recado claro da maioria da população, que rejeita o extremismo”, escreveu Rueda.

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