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A diferença do Brasil para os Estados Unidos é de 300 anos

Obviamente está afirmação é uma opinião pessoal. Obviamente ela pode ser contestada e discutida pelos mais diferentes aspectos da abordagem: social, política, econômica, cultural etc.

Recentemente regressando dos EUA, pós congresso médico, renovei minha sensação disfágica da nossa desigualdade: seus portos, aeroportos, suas estradas!!

Qualquer cidade americana de médio porte tem um aeroporto melhor que o nosso Salgado Filho. Anualmente o aeroporto de Atlanta recebe mais de 110 milhões de passageiros. É mais que todos nossos aeroportos juntos! O Brasil não possui nenhum aeroporto entre os 100 melhores do mundo.

Nossa melhor estrada é a freeway que possui apenas 100 km. É uma miniatura de estrada comparada com as centenas de estradas norte-americanas com 6 a 10 pistas.

O que mais chama a atenção no complexo rodoviário é a sua espetacular e eficiente sinalização.

Os cruzamentos de norte a sul, de leste a oeste são fáceis de entender.

Os anúncios de acidentes, obras, engarrafamentos e mudanças climáticas são advertências reconhecidas com rapidez e valia.

A rede portuária dos EUA só é menor do que a da China, mas os portos de Los Angeles e Nova York estão entre os maiores do mundo.

Mas porque então nós, do país mais rico do mundo em recursos naturais, necessitaremos de tantos anos para se igualar a estrutura norte-americana.

A resposta é muito simples. A diferença está nos homens que comandaram e comandam os dois países.

No final da guerra de secessão americana em 1865 o presidente Lincoln aboliu a escravidão e defendeu a dignidade humana. As cicatrizes da guerra foram apagadas por um pacto de trabalho, prosperidade e amor pelo país. A bandeira é um símbolo popular do patriotismo norte-americano.

Aqui nos pensamos o contrário.

O governo não é nosso amigo!

Só quer arrecadar impostos para distribuir principalmente em obras inacabadas ou parcerias pouco lícitas.

Em 2024 o TCU identificou 11.941 obras paralisadas: estradas, pontes, escolas etc.

Dinheiro distribuído legalmente para nada. Nosso judiciário é parceiro e extremamente conivente com os políticos que tecem esta teia de corrupção. Nossos homens que legislam estão interessados somente em projetos pessoais.

Não conseguimos nem punir nossos políticos que carregam dinheiro nas cuecas, nas malas ou que recebem apartamentos e sítios em troca de favores.

Pobre Brasil! Talvez 300 anos seja pouco!

(Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário – schwartsmann@gmail.com)

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