Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2019
A disputa pelo comando do Senado Federal, em eleição marcada para esta sexta-feira (1º), colocou em lados opostos as equipes política e econômica do governo de Jair Bolsonaro. Se para o Ministério da Economia Renan Calheiros (MDB-AL) tem maior poder de negociação para viabilizar as reformas estruturais, para a Casa Civil, David Alcolumbre (DEM-AM) tem uma postura mais alinhada à pauta governista. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A queda de braço tem ocorrido em caráter reservado, já que o presidente ordenou à sua equipe que não coloque suas digitais na disputa legislativa. O distanciamento busca evitar a possibilidade de retaliações futuras.
Favorito do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), com quem tem uma relação de amizade, Alcolumbre conta com um apoio velado do núcleo político do Palácio do Planalto. Só neste mês, Bolsonaro recebeu duas vezes o senador em audiências no gabinete presidencial, sempre na companhia do chefe da Casa Civil.
Segundo relatos feitos à Folha, a preferência por Alcolumbre não tem sido escondida por interlocutores de Onyx, que, quando questionados por senadores indecisos em quem deveriam votar, aconselham o democrata.
A questão já foi inclusive motivo de reclamação pública dos senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Major Olímpio (PSL-SP). “Em nome do governo, foram à casa da senadora fazer propostas indecentes, como ela mesmo se queixou comigo”, disse Olímpio.
A avaliação, contudo, não é compartilhada pela equipe econômica. Em seu primeiro mandato como senador, Alcolumbre é considerado por ela um nome com pouca experiência política e capacidade de articulação parlamentar, o que preocupa diante do desejo de votar a reforma previdenciária.
Enquanto Renan é visto com desconfiança pelo núcleo político, por sua boa relação com senadores de esquerda e pelo apoio a Fernando Haddad (PT) na disputa presidencial, ele tem a simpatia do entorno do ministro da Economia, Paulo Guedes.