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Saúde A distribuição desigual de médicos pelo Brasil é barreira para o combate ao coronavírus

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Entidades médicas também reclamam de remunerações e contratos precários, principalmente entre profissionais mais jovens. (Foto: Divulgação)

A presença desigual de médicos e outros profissionais da saúde pelo Brasil é um problema crônico. A pandemia evidenciou ainda mais essa dificuldade.

Segundo Mario Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), existe uma “má distribuição geográfica, concentração no setor privado, baixa qualificação, e, principalmente, má gestão desses recursos humanos de alta especialização”.

Ele aponta que falta coordenação nacional do recrutamento desses profissionais. “Há uma fragmentação e precarização de contratação de recursos humanos via OSs (Organizações sociais, que prestam serviços para o poder público), diz Scheffer.

César Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), vê falta de planejamento do poder público e afirma que as universidades no País enviam número suficiente de profissionais para o mercado. “O governo precisa cuidar disso com responsabilidade, fazer plano de carreira, parar de tratar isso com políticas de tapa-buracos”, defende.

Entidades médicas também reclamam de remunerações e contratos precários, principalmente entre profissionais mais jovens. Segundo Geraldo Ferreira, do sindicato potiguar da categoria, muitos são atraídos como “sócios” de empresas. Isso pode favorecer, diz, fraudes trabalhistas e tributárias.

“Aumentar o número de leitos exige profissionais capacitados, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, para atender pacientes muito críticos, muito graves. Achar esses profissionais agora é muito difícil”, destaca Viviane Cordeiro Veiga, presidente do Comitê de Analgesia, Sedação e Delirium da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

A entidade recomenda que, nas regiões onde não há especialistas em terapia intensiva, é preciso ter um intensivista para dar suporte, inclusive por telemedicina. “Há outra questão: já temos a falta de insumos, de medicamentos. Então, esses profissionais têm de estar preparados para usar novas medicações, novos protocolos”, afirma ela, chefe de UTI do Hospital Beneficência Portuguesa.

Risco de apagão

O rápido agravamento da pandemia no Brasil pressiona hospitais, que já lidam com a insuficiência de leitos e escassez de remédios. O risco de um apagão de profissionais especializados também é um problema. No caótico ambiente hospitalar, gestores e entidades médicas de pelo menos nove Estados – Bahia, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Tocantins – relatam falta de intensivistas, dificuldades no atendimento ou necessidade de abrir rodadas de processos seletivos para contratar temporários.

O Brasil tem 543 mil médicos, mas nem todos preparados para as demandas atuais. “O que precisamos é de profissionais treinados para internação sob cuidados intensivos”, diz o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes. “E também dos demais profissionais de saúde, porque não é qualquer médico ou técnico que pode trabalhar numa UTI. As equipes de enfermagem têm de ter treinamento para manejar máquinas modernas e os respiradores.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/a-distribuicao-desigual-de-medicos-pelo-brasil-e-barreira-para-o-combate-ao-coronavirus/ A distribuição desigual de médicos pelo Brasil é barreira para o combate ao coronavírus 2021-03-29
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