Domingo, 30 de março de 2025
Por Redação O Sul | 27 de março de 2025
A “dobradinha” entre os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF), deixou um sinal claro de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não aceitará medidas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível, para insistir em sua candidatura presidencial. A mensagem foi dada durante um diálogo amistoso entre os dois ministros, que ocorreu na sessão que resultou na decisão que tornou Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado.
Moraes aproveitou o momento para defender a integridade do sistema eleitoral brasileiro, afirmando que “nunca houve comprovação de fraude das urnas”. Cármen Lúcia, por sua vez, reforçou o argumento, lembrando que, nesta semana, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia elogiado justamente o sistema eleitoral brasileiro.
Ao ouvir a citação, Moraes imediatamente passou a ler o decreto do aliado de Bolsonaro que contraria o discurso bolsonarista sobre a integridade das urnas. Essa troca de mensagens deixou claro que, caso Bolsonaro insista em sua candidatura, a questão será submetida ao TSE, que, cabe destacar, é presidido justamente por Cármen Lúcia.
Em resposta ao comentário de Moraes, Cármen disse: “Aliás, ministro, foi reconhecido nos Estados Unidos o mérito do sistema brasileiro.” O diálogo entre os ministros reforçou o entendimento de que a defesa do processo eleitoral e a condenação de alegações infundadas de fraude são um posicionamento firme dentro do STF e, particularmente, no TSE, onde qualquer tentativa de Bolsonaro de se manter como candidato será analisada com rigor.
Simultaneamente, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou uma moção de louvor a Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que está licenciado de seu mandato de deputado federal por ter decidido morar nos Estados Unidos. A moção destaca que Eduardo “tem se destacado pela bravura e coragem” ao denunciar “abusos de autoridade e a crescente perseguição política” em fóruns internacionais.
Na mesma reunião, a Comissão também aprovou um convite para ouvir Michael Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado americano durante a gestão Trump, que alegou que a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional teria influenciado o resultado das eleições brasileiras de 2022. Esse tipo de alegação sobre o envolvimento de atores externos nas eleições nacionais reforça o clima tenso em torno da política brasileira e suas relações com os Estados Unidos. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)