Terça-feira, 15 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 7 de abril de 2020
O governo Trump pretende reabrir a economia dos Estados Unidos quando os principais especialistas em saúde do país derem o sinal verde, mas a vida dos norte-americanos será drasticamente diferente, disse nesta terça-feira (7) o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow.
Mesmo quando as pessoas nos Estados Unidos retornarem ao trabalho e à escola, provavelmente terão que ficar em casa quando apresentarem sinais da doença, enfrentarão testes mais difundidos e se submeterão a medições rotineiras de temperatura, disse ele ao site Politico em entrevista.
“Estamos cientes de que as coisas serão diferentes”, disse ele. “Esse será um novo recurso da vida norte-americana. E não sei com que rapidez isso acontecerá, mas será muito, muito importante, porque obviamente queremos impedir qualquer recorrência.”
Ainda não está claro quando o país, que permanece em grande parte fechado em meio ao surto em curso que afetou a economia, retomará as operações normais. Vários Estados estão se aproximando de seu potencial número máximo de casos em meio a diretrizes federais de isolamento até o final de abril.
As autoridades de saúde pediram aos norte-americanos que se preparem para uma semana difícil com o aumento do número de mortos, mas nesta terça-feira disseram que há sinais otimistas de que os esforços de mitigação estão ajudando a conter o vírus altamente contagioso e potencialmente letal.
“São as pessoas da área de saúde que conduzirão as decisões médicas, aqui, as decisões relacionadas à medicina”, disse Kudlow ao Politico, acrescentando que ainda acredita “que nas próximas quatro a oito semanas seremos capazes de reabrir a economia e que o poder do vírus será substancialmente reduzido e seremos capazes de aplainar a curva”.
Plano emergencial
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou, no último dia 27, um pacote de ajuda de 2,2 trilhões de dólares — o maior da história norte-americana — para ajudar indivíduos e empresas a lidar com a crise econômica causada pelo surto de coronavírus e fornecer aos hospitais com necessidade urgente de suprimentos médicos.
O enorme projeto de lei — também aprovado pelo Senado, de maioria republicana, na noite anterior — foi sancionado pelo presidente republicano Donald Trump.
Democratas e republicanos na Câmara, liderada pelos democratas, aprovaram o pacote por voto em áudio, revertendo um desafio processual do representante republicano Thomas Massie, que havia tentado forçar uma votação formal e gravada.
Massie, um republicano independente que desafia repetidamente líderes do partido, disse no Twitter que achava que o projeto continha muitos gastos estranhos e dava muito poder ao Federal Reserve. Ele não falou no plenário da Câmara durante o debate de três horas.
O pacote de resgate — a maior medida de alívio fiscal já aprovada pelo Congresso — vai acelerar os pagamentos diretos aos norte-americanos dentro de três semanas.
A medida de 2,2 trilhões de dólares inclui 500 bilhões de dólares para ajudar indústrias afetadas e 290 bilhões de dólares para pagamentos de até 3 mil dólares a milhões de famílias.
Também fornecerá 350 bilhões de dólares em empréstimos a pequenas empresas, 250 bilhões de dólares para aumento do auxílio-desemprego e pelo menos 100 bilhões de dólares para hospitais e sistemas relacionados à saúde.