Sábado, 19 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de maio de 2020
A fabricante gaúcha de armas Taurus anunciou que vai transferir para os Estados Unidos uma das linhas de produção da matriz, em São Leopoldo (Vale do Sinos). Com isso, a fabricação da pistola modelo “TS9-Striker” passará a ser realizada em instalações que a companhia já possui na cidade de Bainbridge (Geórgia).
“As mudanças ocorrem a partir de uma decisão estratégica da empresa [fundada em 1939] para aumentar o processo de manufatura na nova fábrica cedida pelo governo do Estado da Georgia”, argumentou a Taurus por meio de um comunicado. A unidade foi inaugurada no ano passado e funcionava antes em Miami, na Flórida.
Na mensagem, também é mencionado o aproveitamento da demanda norte-americana como um dos motivos para a transferência e limitação de investimentos para aumento da capacidade produtiva no Brasil, “em razão da falta de incentivos nacionais e de isonomia tributária e regulatória frente às fabricantes estrangeiras”.
Com a conclusão da transferência, a direção da empresa pretende aumentar em cerca de 50 mil armas a capacidade de produção anual da fábrica nos Estados Unidos. A companhia também pretende, em um prazo de 90 dias, transferir uma linha de produção de outra pistola, a “G2C”, com capacidade de fabricação de 400 mil armas por ano.
A Taurus também salientou que continuará fabricando no Brasil 4,3 mil armas por dia, com todo o portfólio atual, inclusive as pistolas TS9-Striker e G2C, a fim de atender à demanda no mercado brasileiro.
Questão tributária
Quando adquirido por entidades públicas de qualquer natureza, o produto importado ingressa no Brasil sem imposto, ao passo que o nacional paga uma carga de impostos (IPI, ICMS, Pis e Cofins) que pode chegar a 70% do preço.
Além disso, para poder comercializar um novo produto, as fabricantes de armas nacionais precisam atender exigências de órgãos regulatórios cujas homologações de novos produtos pode demorar anos.
(Marcello Campos)