Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2018
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deixou sua casa pela primeira vez, nesta terça-feira (30), depois da vitória nas urnas. Cercado por um forte esquema de segurança, ele deixou o condomínio onde vive na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, às 10h12min, em comboio de três carros da Polícia Federal e uma quarto veículo com policiais fortemente armados. Batedores de choque também acompanham o presidente.
Bolsonaro seguiu à casa do aliado Paulo Marinho, na Zona Sul da cidade, para a primeira reunião da equipe de governo. Lá, o político do PSL se reúne com o ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno, o deputado Onyx Lorenzoni, confirmado como futuro ministro da Casa Civil, e o economista Paulo Guedes, indicado a ministro da Fazenda a partir da próxima gestão.
Bebianno destacou que Bolsonaro já tem cerca de 15 nomes de ministros definidos e espera engajamento do juiz Sergio Moro no governo.
Ao chegar na casa de Marinho, Paulo Guedes defendeu a aprovação da reforma da Previdência como principal medida para equilibrar as contas públicas. Ele minimizou ainda as declarações de Onyx , que é resistente à ideia de fazer uma reforma da Previdência e chegou a afirmar a possibilidade de o futuro governo usar uma meta de taxa de câmbio.
“le está dizendo que Onyx, que é coordenador político, está falando de banda cambial. Ao mesmo tempo diz que o Onyx, que é coordenador político, diz que não tem pressa na Previdência. Aí o mercado cai. Estão assustados por quê? É um político falando de coisa de economia. É a mesma coisa que eu sair falando coisa de política. Não dá certo, né?”, afirmou.
O deputado Onyx Lorenzoni chegou por volta das 10h nesta terça-feira na casa do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico, e disse que a expectativa é iniciar a “transição de fato” para o novo governo na próxima semana. O vice de Bolsonaro, o general Hamilton Mourão, chegou à casa de Paulo Marinho às 13h e, ao contrário de Lorenzoni, não quis falar com a imprensa.
“Nós vamos começar a transição. Ele (Bolsonaro) vai nos dar as principais orientações e vamos começar a trabalhar. Eu vou para Brasília amanhã. Tenho aqui uma série de informações para ele e então ele vai nos orientar sobre como iniciamos o contato com o atual governo. Nós já vamos levar amanhã alguns nomes, para que dia 5 a gente comece a todo vapor a transição de fato”, disse o parlamentar.
No domingo, milhares de apoiadores se reuniram em frente ao seu condomínio, na orla da Barra da Tijuca, mas o parlamentar lhes agradeceu pelas redes sociais e não foi às ruas por questões de segurança. Nesta terça-feira, o grupo vai começar a afinar a transição de governo, acenar para ministeriáveis e definir a agenda a ser proposta ao Congresso. Além de Guedes e Onyx, o general Augusto Heleno também é nome certo no governo, à frente do ministério da Defesa.
Na porta do condomínio de Bolsonaro, além de imprensa e apoiadores, um homem aguardou a saída do presidente eleito segurando um cartaz pedindo emprego. O recado também era endereçado ao governador eleito Wilson Witzel. “Senhor presidente, preciso de trabalho. Sou engenheiro civil. Ajuda-me, pelo amor de Deus. Governador, ajuda-me, confio em vocês”. Bolsonaro só viajará a Brasília na próxima segunda-feira.