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Por Redação O Sul | 16 de fevereiro de 2019
A equipe econômica está “esperando a coisa acontecer”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em palestra na Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), no Rio. “Há momentos em que você tem de aparecer, falar, e há momentos em que você tem de ficar esperando. O projeto (de reforma da Previdência) está sendo apresentado para a Câmara dos Deputados, para o Congresso. A prioridade total é a reforma da Previdência”, disse.
Em seu discurso, Guedes defendeu especialmente o sistema de capitalização (no qual cada segurado poupa para sua própria aposentadoria), que será encaminhado ao Congresso na próxima semana como parte da reforma – mas para ser definido apenas em uma segunda etapa. Ele afirmou que esse regime fez o Chile, um dos pioneiros na adoção do modelo, virar a “Suíça da América Latina”..
Na capitalização, o valor da aposentadoria do trabalhador depende de com quanto ele contribuiu. É diferente do atual regime, de repartição, quando as gerações em que os que estão na ativa contribuem para quem está aposentado.
“Hoje é muito fácil dizer “ah, o sistema chileno não funciona”. Eu sempre respondo “não, o que funciona é o brasileiro né? O chileno não funcionou não”. O Chile cresceu 5,5%, 6% ao ano 30 anos seguidos, virou a Suíça na América Latina, a renda per capita é quase o dobro do Brasil, 26, 27 mil dólares hoje, o Brasil tá com 15, 16 (mil dólares)”, disse o ministro.
Guedes disse ainda que o excesso de gastos públicos corrompeu a democracia brasileira, apesar das instituições funcionarem e de os poderes permanecerem independentes. “Só o que falta é completar a transição econômica”, destacou. Segundo Guedes, a economia será aberta gradualmente. “Não vai ser linear. Você não pode abrir antes de simplificar os impostos e reduzir os impostos, senão a indústria brasileira fica em xeque”, disse.
Política
O ministro também deu sua opinião sobre a classe política, que, segundo ele, deve se “voltar para sua principal missão, de representante do povo”. Para Guedes, “a vida política hoje é muito difícil”, porque 96% do orçamento é carimbado. “A velha política morreu. Não foi enterrada ainda, mas morreu. A forma antiga de fazer política acabou. Qual é a forma nova? A forma nova tem a ver com gerir os orçamentos públicos. (…) Então, a política vai ser chamada ao real desafio de se reabilitar através dos orçamentos públicos”.