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A espera da esperança

A espera é um tempo que não passou; que deve estar em lugar que não se sabe onde fica mas que são tantas que se crê existir.

Há dúvidas, que são tantas e as certezas que lutam para certificar a sua posição absoluta do “sim” e do “não”.

O não confiar – endemia que se amplia na incerteza de homens e mulheres – passeia no mapa pontilhado das dúvidas perturbadoras.

A passagem – ou a sua não ocorrência – faz-se da presença de substanciosas doses de “duvido”, “será mesmo?”, “alguém é testemunha incontestável”?

Apenas agregou-se a segurança do sentimento popular: “quem não sabe, quando (e se) descobre, não se apercebe”. Faz-se um teorema de sofisticada montagem.

Esse quadro desafiador de dúvidas não nos permite o cultivo das inquietações. Há os que duvidam das dúvidas. De minha parte, não vejo, nem formulo construção de como será.

Desconfio de que poderia dedicar-me a procurá-la. De que forma? Afinal, esforçar-me por essa “pesquisa”, começando por um remexer na memória, tentando descobrir quem me alertou para o que seria uma dúvida: fez um desafio, um grande desafio.

Começo logo a minha perseguição a um propósito e me convenço que os filamentos nervosos (obviamente cerebrais) se agrupam ordenadamente, porque estou convicto que me cabe trilhar essa rota que pede ou deve algum dia me permitir que corte a fita da vitória.

Não se pode esquecer que a espera pode levar à desesperança. Até o desespero, no caso dos que não tem a virtude (?) da paciência. A verdade é que o equilíbrio, filho direto da racionalidade, precisa, na realidade cotidiana, estar em plantão permanente para impedir que se cometa um dano contra a pessoa, por desatenção, não impedindo que a esperança POSSA VIRAR DESESPERO.

Carlos Alberto Chiarelli foi ministro da Educação e ministro da Integração Internacional.

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