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Por Redação O Sul | 21 de agosto de 2020
Em agosto, a expectativa de inflação dos consumidores para os próximos 12 meses ficou em 4,3%, um mínimo histórico após queda de 0,2 ponto percentual. Na comparação com agosto de 2019, a queda foi de 0,8 ponto percentual.
O indicador foi divulgado nesta sexta-feira (21), no Rio de Janeiro, pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getulio Vargas). O máximo histórico do índice foi atingido em fevereiro de 2016: 11,4%.
Segundo a economista Renata de Mello Franco, do IBGE, a queda na expectativa ocorreu mesmo com o aumento dos preços percebidos na gasolina e na energia elétrica.
“Apesar da pressão de alguns preços em agosto, como gasolina e energia elétrica, os consumidores continuam otimistas em relação às perspectivas de inflação para os próximos doze meses. Isso sugere que o cenário de atividade econômica deprimida, aliado às baixas expectativas do mercado, continua exercendo forte influência nas expectativas dos consumidores, levando a novos mínimos históricos”, finalizou.
Inflação abaixo da meta
A pesquisa mostrou que 57,5% dos consumidores projetaram valores para a inflação abaixo da meta do governo para 2020, que é de 4%. Já a proporção de consumidores que fizeram a projeção acima do limite superior da meta, de 5,5%, caiu 1,8 ponto percentual, passando de 30,1% para 28,3%.
Por faixa de renda, a expectativa diminuiu mais entre os consumidores de menor poder aquisitivo, com a maior variação observada nas famílias com renda entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil. Nesta faixa, a expectativa de inflação para os próximos 12 meses caiu 0,4 ponto percentual, passando de 5,3% em julho para 4,9%.
Para as famílias com renda superior a R$ 9,6 mil, a queda foi de 0,1 ponto percentual, ficando em 3,5%.
A Sondagem do Consumidor da FGV coleta mensalmente informações de mais de 2.100 brasileiros em sete das principais capitais do País (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Recife).
Clima Econômico
O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina da FGV avançou no terceiro trimestre de 2020, ao passar de 59,9 pontos negativos para 43,2 pontos negativos. O índice continua na zona desfavorável do ciclo econômico mas, comparado ao segundo trimestre, registrou um ganho de 16,7 pontos.
O ICE é uma média geométrica entre o Indicador da Situação Atual (ISA) e o indicador de Expectativas (IE). O ISA caiu entre o segundo e o terceiro trimestres de 2020, de 89,6 pontos negativos para 98,0 pontos negativos. O IE passou de 22,3 pontos negativos para 41,1 pontos positivos. A melhora no clima econômico é explicada, portanto, pela reversão nas expectativas que passaram de pessimistas para otimistas, enquanto as avaliações da situação atual pioraram. Ressalta-se que a diferença entre o IE e o ISA, de 139,1 pontos, é a maior da série histórica. A crise teria chegado ao seu pior momento, mas daqui para a frente a economia da região entraria numa fase de recuperação. As informações são da Agência Brasil e do Ibre-FGV.