Segunda-feira, 03 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2025
Chefe da PGR, Paulo Gonet avisou a ministros do STF que estava escrevendo a denúncia contra Jair Bolsonaro e outros investigados nos inquéritos relatados por Alexandre de Moraes. Integrantes da Corte acreditam que ele enviará o material ainda em fevereiro ao tribunal.
O Supremo volta aos trabalhos nesta semana empenhado em avançar na novela dos inquéritos contra o bolsonarismo. A avaliação de integrantes do tribunal é de que a eventual denúncia contra Bolsonaro, por tentativa de golpe, seja analisada ainda neste ano.
A Corte quer evitar que o julgamento do caso contamine o debate eleitoral em 2026, ano de disputa pela Presidência da República.
Bolsonaro vem explorando as investigações do STF para fazer um discurso de perseguição judicial parecido com o que fez o presidente Lula durante a Lava-Jato. Ciente de que a novela dos inquéritos da PF contra ele está chegando a um momento decisivo no STF, Bolsonaro não pretende viajar nas próximas semanas a eventos públicos.
O ex-presidente tem pelo menos quinze advogados trabalhando em sua defesa e quer deixar que a banca jurídica seja protagonista neste momento.
Relatório da Polícia Federal
Segundo o relatório, os investigados atuaram para manter Bolsonaro no poder desde 2019, primeiro ano do mandato do ex-presidente.
Ministro do Gabinete de Segurança Institucional no governo Bolsonaro, o general Augusto Heleno teria atuado de forma destacada para subverter o regime democrático. Uma anotação de Heleno previa a Advocacia-Geral da União (AGU) revisando decisões judiciais.
Uma minuta golpista teria sido elaborada por Bolsonaro com o apoio de um núcleo jurídico, indicou a PF. Havia até data certa para o ex-presidente assinar o decreto golpista: 15 de dezembro de 2022.
Na avaliação da PF, o ex-presidente, inclusive, teria saído do país, em 30 de dezembro de 2022, para evitar possível prisão e aguardar desfecho dos ataques golpistas nos Três Poderes, que aconteceram em 8 de janeiro de 2023.
Articulação
A investigação também apontou que o ex-presidente planejou, atuou e teve domínio dos atos que visaram golpe. O plano, inclusive, teria sido impresso no Palácio do Planalto, a sede do governo.
O comitê de campanha de 2022 foi utilizado por Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na última eleição presidencial, para reuniões sobre intervenção militar. Ele seria o grande articulador do plano de golpe. As informações são do portal CNN.