As exportações brasileiras de carne bovina aumentaram 12% no acumulado do ano até agosto, para cerca de 1,3 milhão de toneladas, com impulso de importações pela China, que elevou em 65,8% as compras no mesmo período, informou nesta terça-feira (8) a associação Abrafrigo.
Os chineses, que ampliaram compras diante da redução da oferta de proteína animal por impactos da peste suína africana em seu plantel, responderam por 62,4% de toda a carne bovina exportada pelos brasileiros no ano até agosto, segundo a Abrafrigo, com base em dados do governo brasileiro.
O cálculo leva em consideração o produto que entra pela China continental (530.458 toneladas) e pela cidade-estado de Hong Kong (212.261 toneladas), disse a associação em nota.
Depois da China, o segundo maior cliente do Brasil foi o Egito, com a importação de 91.529 toneladas de janeiro a agosto, queda de 25,4% na comparação anual.
O Chile veio na terceira posição com 50.360 toneladas adquiridas (-34,2%), enquanto a Rússia ficou com a quarta posição com 43.177 toneladas (-4,6%).
Na quinta posição estão os Estados Unidos, que elevaram suas compras em quase 40%, para 34.502 toneladas. Na sexta posição, as Filipinas, com 25.660 toneladas (+23,4%), e, na sétima, os Emirados Árabes, com 25.595 (-58,2%).
A Abrafrigo citou ainda que o Brasil registrou, em agosto, novo recorde de exportações para o mês, com um total de 191.141 toneladas de carne (in natura e processada), com a China levando 108 mil toneladas.
A receita em agosto alcançou 753,2 milhões de dólares, alta de 19% em relação ao mesmo mês de 2019. No ano, o faturamento atingiu 5,4 bilhões de dólares, crescimento de 23%.
Produtos brasileiros
Soja em grãos, minérios de ferro e petróleo, os três principais itens da pauta exportadora brasileira tiveram na China o seu principal país de destino entre os meses de janeiro e agosto, como vem acontecendo há alguns anos. E o apetite chinês por produtos brasileiros alcança outros itens, como a carne bovina e celulose, que também têm no gigante asiático um mercado cada vez mais relevante e atraente.
Mas existem diversos outros bens exportados pelo Brasil e que ainda não têm a China como cliente importante e que poderão alcançar um aumento expressivo das vendas para o país asiático, como o café cru e torrado e os calçados.
Segundo José Mário Antunes, Diretor do Escritório do InvesteSP em Xangai, “o mercado do café é um dos melhores exemplos de oportunidades que o Brasil tem a explorar na China, assim como também acontece em relação às exportações de calçados, um mercado gigantesco que tem na China o maior exportador e também o principal importador mundial”.