Segunda-feira, 17 de março de 2025
Por Redação O Sul | 26 de janeiro de 2020
Devido à falta de chuvas no Estado, a Fecoagro-RS (Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul) redefiniu as suas estimativas – definidas no início do ano – sobre os prejuízos da safra gaúcha de soja e milho. As perdas na produção da oleaginosa cresceram de 13% para 18,9% da área, ao passo que para o milho a potencial perda de 33% recuou para 30%.
Os dados fazem parte do segundo levantamento realizado pela RTC (Rede Técnica Cooperativa) e levam em conta uma média ponderada de área de 3,2 milhões de hectares com soja e 337 mil hectares com milho no Estado.
Na avaliação do presidente da Fecoagro, Paulo Pires, a variação na soja ocorre por causa de uma percepção de queda mais acentuada em regiões tradicionais de plantio. Ele explica que a região Centro-Norte gaúcha é a mais atingida, principalmente nos municípios de Santa Bárbara, Itapera, Soledade e Não-me-Toque.
Apesar da chuva nos últimos dias e do início da colheita da oleaginosa apenas em março, já se sabe que as lavouras que foram plantadas precocemente, em outubro, têm uma quebra de mais de 30%. “A soja que foi plantada mais cedo estava em fase de florescimento durante a seca e, por isso, é muito difícil reverter as perdas” frisou Pires. “No nosso entender, já há uma quebra instalada de produção.”
As áreas que foram plantadas a partir de 20 de novembro, em contrapartida, como ainda estão começando o processo de reprodução e dependem do clima, podem ter uma boa recuperação se chover regularmente até março. Caso as condições climáticas não sejam favoráveis, no entanto, as estimativas de quebra podem se agravar, lembra o presidente da empresa.
Milho
No caso do milho, a situação foi inversa. A nova avaliação apontou que algumas regiões, como a das Missões e de Santa Rosa, que concentram grande área plantada, têm menor quebra na safra. Por isso, o porcentual de perdas em relação ao primeiro levantamento foi reduzido. Para a Fecoagro, as estimativas para o cereal estão mais consolidadas, já que boa parte da colheita avançou no Rio Grande do Sul e a maior parte da quebra já foi definida.
(Marcello Campos)