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Saúde “A falta de conhecimento sobre o lipedema leva mulheres a realizar tratamentos ineficazes por anos”, alerta médico

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O lipedema é uma condição que se caracteriza pelo acúmulo desproporcional de gordura em partes do corpo, especialmente pernas e quadris. (Foto: Reprodução)

O lipedema é uma condição que se caracteriza pelo acúmulo desproporcional de gordura em partes do corpo, especialmente pernas e quadris. O clínico-geral e endocrinologista Fabiano Serfaty tem atendido diversas pacientes com lipedema e fala sobre a importância de maior conscientização sobre o assunto e maior acolhimento das pacientes em razão do impacto na saúde mental. Veja abaixo alguns trechos da entrevista que ele concedeu ao jornal O Globo.

– O lipedema ainda é uma doença desconhecida? Temos visto muitos depoimentos de mulheres que ficaram anos sem diagnóstico: “Sim, o lipedema permanece amplamente desconhecido tanto para a população quanto para muitos profissionais de saúde. A falta de conhecimento sobre os sinais clínicos leva muitas mulheres a anos de diagnósticos equivocados e tratamentos ineficazes, sendo frequentemente rotuladas como obesas. O diagnóstico correto depende de treinamento médico específico e maior conscientização pública. Isso explica o grande número de relatos de pacientes que sofrem por não serem reconhecidas adequadamente.

– Ainda há uma confusão sobre o que é lipedema e o que é obesidade, não? “Sim, e essa confusão é uma das maiores barreiras para o diagnóstico correto. No lipedema, o acúmulo de gordura é simétrico, bilateral, localizado e doloroso, principalmente nas pernas e quadris às vezes os braços e em geral poupando pés e mãos, também não responde apenas à dieta ou exercício físico. Já na obesidade, o ganho de gordura ocorre de forma mais homogênea e melhora com perda de peso. Entender essas diferenças é essencial para evitar diagnósticos errados e tratamentos inadequados que não aliviam os sintomas do lipedema.

– Na dúvida, que médico procurar? “O lipedema é uma condição crônica, ainda subdiagnosticada. Seu tratamento exige uma abordagem multidisciplinar, e a investigação inicial frequentemente passa pelo clínico-geral e pelo endocrinologista, que desempenham um papel essencial na identificação precoce dos sintomas e no encaminhamento correto, evitando atrasos no diagnóstico. O clínico-geral avalia o quadro geral do paciente, identifica sinais característicos da doença e exclui outras condições. O endocrinologista, por sua vez, investiga disfunções endócrino-metabólicas que podem coexistir com o lipedema, como resistência à insulina, alterações na glicemia, disfunções tireoidianas e distúrbios do metabolismo lipídico. Além disso, avalia a relação da doença com a obesidade e outras condições que podem impactar o manejo clínico e a resposta ao tratamento. Além dessas especialidades, angiologistas e cirurgiões vasculares costumam ser procurados, pois a doença envolve um acúmulo anômalo de gordura nas pernas, muitas vezes confundido com problemas circulatórios. O mais importante é buscar um profissional atualizado e experiente, garantindo um diagnóstico precoce e um plano terapêutico eficaz.

– Tem como resolver? “Embora o lipedema não tenha uma cura definitiva, estudos recentes estão explorando diferentes abordagens clínicas para controle da doença. Além das terapias tradicionais como drenagem linfática manual, meias de compressão e exercícios de baixo impacto, novos tratamentos estão sendo investigados. Pesquisas em andamento sugerem que dietas cetogênicas e protocolos de jejum intermitente podem ajudar a reduzir a inflamação e o acúmulo de gordura associado ao lipedema. Além disso, medicamentos usados para tratar a obesidade, como agonistas do receptor GLP-1, estão sendo estudados por seu potencial em controlar os sintomas da doença. Já em casos mais avançados, lipoaspiração especializada continua sendo uma opção eficaz para remover gordura resistente. A evolução da ciência está abrindo novas possibilidades para o manejo da doença, e o acompanhamento médico contínuo é essencial.

– Como o tratamento impacta a vida dessas pacientes? “O tratamento adequado pode ser transformador. Reduz a dor, melhora a mobilidade e traz alívio emocional para pessoas que sofrem com o estigma de uma condição pouco reconhecida. Muitas pacientes relatam melhoria na autoestima e maior independência funcional após o manejo correto da doença. O suporte psicológico também é essencial, já que o lipedema frequentemente causa ansiedade e depressão devido à sua progressão silenciosa e visível.As informações são do jornal O Globo.

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