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Brasil A família Batista, do Grupo JBS/Friboi, pediu 6 bilhões de reais a mais pela sua indústria cimenteira

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A J&F, holding dos negócios da família Batista, e a Paper Excellence estão em arbitragem por causa do controle da Eldorado. (Foto: Reprodução)

Claudio Cotrim, diretor-presidente da Paper Excellence no Brasil, acusa a família Batista de ter solicitado R$ 6 bilhões a mais do que teria direito em contrato para finalizar a venda da fábrica de celulose Eldorado.

A J&F, holding dos negócios da família Batista, e a Paper Excellence estão em arbitragem por causa do controle da Eldorado — um negócio de R$ 15 bilhões que tinha previsão de ser concluído até 3 de setembro do ano passado.

“Achávamos que nosso contrato era forte, mas não há contrato que se defenda de má-fé”, disse Cotrim à Folha em sua primeira entrevista após o início da disputa.

A conversa ocorreu em um escritório de 1.800 metros quadrados que a Paper Excellence mantém com apenas dez funcionários na Avenida Faria Lima à espera do fim do litígio.

Segundo o executivo, a solicitação de mais dinheiro para fechar a aquisição partiu de Aguinaldo Gomes Ramos Filho, presidente da Eldorado, em reunião em Los Angeles em 25 de agosto de 2018.

Ramos Filho é sobrinho de Joesley e Wesley Batista, que estão afastados da gestão das empresas da família desde que fizeram uma delação premiada confessando que pagaram propina a políticos.

O nó da briga entre a Paper Excellence e a J&F está na liberação das garantias que a família Batista deu aos bancos pelos empréstimos da Eldorado.

A J&F diz que não pode finalizar o negócio antes de receber suas garantias de volta, enquanto a Paper acusa os Batista de utilizar manobras protelatórias para não fechar a transação e renegociar o contrato.

1) O sr. poderia explicar em detalhes como foi o processo de negociação da compra da Eldorado?

Assinamos o contrato com a J&F em 2 de setembro de 2017. Em 25 de setembro, pagamos por 13% da empresa. Três meses depois, em dezembro, tivemos de desmontar o FIP Florestal. Fizemos uma oferta para a Petros [fundo de pensão dos funcionários da Petrobras] e a Funcef [fundo de pensão dos funcionários da Caixa], que eram acionistas da Eldorado por meio do FIP Florestal. 

O Joesley havia dito desde o início que essa era uma aquisição de R$ 15 bilhões [valor das ações mais a dívida], porque precisaríamos não só comprar a participação deles mas liberar as garantias que haviam sido dadas pelos empréstimos. 

Portanto, depois de assinado o acordo, começamos a conversar com os bancos para equacionar a dívida. Na primeira visita que fizemos ao BNDES, ficou claro que a única forma de liberar as garantias seria por meio do pagamento total do débito.

2) Em que momento o negócio azedou de vez?

Quando entramos com uma ação cautelar na Justiça em 14 de agosto. Na verdade, só não fizemos antes porque esse tipo de ação pressupõe urgência, então tivemos de esperar chegar mais próximo do prazo final.

Como o contrato prevê arbitragem, não pedimos na Justiça a transferência das ações. Sabíamos que nenhum juiz concordaria. Mas havia uma cláusula de cooperação no contrato e eles não estavam cooperando. Por isso pedimos ao juiz que estendesse a validade do contrato.

Os Batista acharam que iam nos levar à data final sem que fizéssemos nada, mas não fomos inocentes. Foi aí que eles pediram uma reunião, na qual finalmente abriram o que queriam: R$ 6 bilhões a mais pela Eldorado.

3) O senhor pode explicar melhor?

Antes de 3 de setembro, eles, teoricamente, não poderiam pedir mais dinheiro. Só que nós havíamos entrado na Justiça e havia uma chance de que o juiz os obrigasse a permitir que concluíssemos a transação.

Nesse ponto, a J&F solicita uma reunião com o Jackson, que aconteceu em Los Angeles, na Califórnia, em 25 de agosto, sábado. Do nosso lado, estavam o Jackson, eu e dois advogados.

Do outro lado, estavam o Aguinaldo, o José Antônio [Batista da Costa, presidente da J&F e também sobrinho de Joesley e Wesley] e mais dois advogados.

A conversa começou com eles falando que iríamos perder o prazo para fechar a aquisição e que, por isso, teríamos de conversar sobre um novo acordo. O Jackson então respondeu que estava ali para discutir o fechamento do negócio e que tinha R$ 11 bilhões na conta para pagar pela Eldorado.

Como as negociações não progrediram naquele sábado, nós pedimos um intervalo. No domingo, tivemos uma nova conversa. Nessa reunião, o Aguinaldo apresentou a seguinte conta.

Segundo ele, o Ebitda (geração de caixa) projetado para a companhia era de R$ 3,4 bilhões e, em conversas com bancos de investimento, um múltiplo justo seria de x. Multiplicando, o valor da companhia chegava a R$ 28,9 bilhões.

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