A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou ter recebido mais 225 litros de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.
Com essa quantidade de princípio ativo, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz conseguirá produzir 5,3 milhões de doses da vacina.
Com esse lote, a instituição garante IFA suficiente para a produção de vacinas até maio. Nos últimos dias, a Fiocruz recebeu IFA suficiente para produzir 23,5 milhões de doses. Somadas às 11 milhões de doses já produzidas e que estão em processo de controle de qualidade, a Fiocruz garante 35 milhões de doses a serem entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
Até o momento, a Fiocruz entregou ao Ministério da Saúde 8,1 milhões de doses da vacina, sendo 4 milhões importadas da Índia e 4,1 milhões produzidos até sexta-feira (2). As entregas ao Ministério da Saúde somarão 100,4 milhões de doses até julho.
Produção
A entidade vai abrir em abril mais um turno da linha de produção de vacinas contra covid-19 na unidade de imunobiológicos de Biomanguinhos, elevando a capacidade diária de produção para 1,2 milhão de doses, afirmou o diretor da unidade, Maurício Zuma, em entrevista à Reuters.
Até o momento, Biomanguinhos vem atuando com duas linhas para a produção da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca, mas só uma delas com dois turnos. A segunda linha ganhará um segundo turno neste mês.
“Com esse novo turno, após testes na máquina, certamente vamos passar a capacidade para algo como 1 milhão e 200 mil, fácil, ao final de abril”, disse Zuma à Reuters.
“Mais à frente vamos tentar também aumentar o tamanho do lote. Hoje, cada turno produz um lote médio de cerca de 300 mil doses… aos poucos pretendemos elevar o tamanho do lote para 320 mil. Mas isso tem que ser feito com segurança, qualidade e sem aventuras.”
A vacina da Fiocruz é responsável atualmente por apenas 20% do total de doses aplicadas no país, enquanto a chinesa CoronaVac, envasada pelo Instituto Butantan, representa os outros 80%.
A meta da Fiocruz é entregar até julho desse ano 100,4 milhões de doses de vacinas produzidas com Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) importados da China, e depois mais 110 milhões de doses até o final do ano com o insumo produzido pela própria fundação.
Uma possível demora na entrega dos insumos, mediante a enorme procura internacional, podem afetar a produção, de acordo com Zuma. “Estamos com receio de suprimento de insumos, tem gente dizendo que está com problema para embarcar insumos e materiais usados em produção”, disse Zuma, acrescentando, porém, que “no curto prazo não há risco de faltar”.
O atraso na chegada dos insumos no começo do ano retardou o início da produção do imunizante na Fiocruz. Os envios depois foram normalizados, garantindo toda a produção prevista para abril.