O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que tem “total apoio” do presidente Bolsonaro para avançar com a reforma do Estado e “atacar despesas obrigatórias” de forma a permitir que a classe política “reassuma o controle dos orçamentos públicos”.
Perguntado a respeito do debate sobre mexer ou não no teto de gastos para dar mais recursos ao Estado, Guedes foi enfático ao afirmar que “a fonte de todos os males da economia brasileira é o descontrole dos gastos públicos e se você furar o teto voltara à situação que estava antes”. O ministro destacou que a âncora fiscal é o teto.
“Conversamos com o presidente e ele tem bom senso, ele entende tudo. Os ministros compreenderam isso. Eu falo que podem fazer de mim uma Itaipu, que vai criar energia para o Brasil, ou podem fazer de mim um Brumadinho. Faz um buraquinho aqui, outro ali e de repente vai ser aquela lama, aquele mar e acabou o governo”, assegurou o ministro, em coletiva no Rio de Janeiro.
Ao falar sobre a preocupação do governo com as eleições municipais de 2020 e a queda de popularidade do presidente, Guedes disse que “o mais fácil seria furar o teto”. “Claro que preocupa, por isso vamos fazer coisas em relação ao emprego, desonerar folha, reduzir impostos. A solução não é fugir pelo teto”, frisou o ministro.
Guedes lembrou que 96% do orçamento brasileiro esta “carimbado” e defendeu a necessidade de “quebrar as paredes dos fundos”. “Não vamos falsificar uma situação para ganhar uma eleição… o Pacto Federativo é uma oportunidade histórica de reconfigurarmos o Estado brasileiro. O momento chegou, a hora chegou e estou seguro e confiante na capacidade da democracia brasileira”, afirmou Guedes, que pregou, ainda, a aceleração do pacote de privatizações.
O ministro informou que já atingiu-se entre R$ 52 e R$ 56 bilhões com o plano de venda de ativos estatais, e disse que a próxima da lista será a Eletrobras. Consultado sobre a Petrobras, voltou a dizer que é a favor de “privatizar todas as estatais”. “O presidente chegará até onde ele quiser”, comentou Guedes.
Falta de verba
Ao explicar o que considera o grande problema da economia brasileira, o ministro, se diferenciando de posições defendidas pelo presidente, apontou que este problemas começou durante a ditadura militar. “Figueiredo gastou mais do que podia e saiu pela porta dos fundos… depois entraram civis despreparados em matéria orçamentária”, afirmou.
O ministro comentou que projetos de colegas do gabinete como Sérgio Moro, da Justiça, na podem sair do papel por falta de recursos enquanto existem fundos, por exemplo, para o setor Penitenciário.