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Brasil A foz do Amazonas, alvo de disputa entre Ibama e Petrobras, possui tesouros naturais ainda pouco estudados

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Essa biodiversidade está no centro das discussões sobre a exploração de petróleo no extremo norte do Brasil

Foto: Mario Oliveira/Ministério do Turismo
Objetivo é cortar emissões de gases de efeito estufa na Amazônia Legal. (Foto: Mario Oliveira/Ministério do Turismo)

Com recifes de corais ainda pouco estudados e com o maior cinturão de manguezais do mundo com extensão pela costa da Amazônia e representa 80% da cobertura do país, a bacia da foz do Rio Amazonas é considerada uma região de grande relevância biológica.

Esta biodiversidade está no centro das discussões sobre a exploração de petróleo no extremo norte do Brasil, a cerca de 175 quilômetros da costa do Amapá, na bacia da Foz do Amazonas.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou, na última quarta-feira (17), licença para a Petrobras perfurar poço de petróleo no litoral do Amapá.

A Petrobras aguardava apenas essa autorização para iniciar perfuração de teste na bacia da Foz do Amazonas, a cerca de 175 quilômetros da costa amapaense.

Em 2016, recifes de corais foram descobertos na costa do Amapá em meio ao anúncio de exploração de petróleo na região.

Os “corais da Amazônia”, de acordo com a organização não-governamental (ONG) Greenpeace, são formações únicas e seriam diretamente ameaçadas pela atividade petrolífera. Eles foram citados pela primeira vez naquele ano por um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que explorou a costa Leste do Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa.

De acordo com a pesquisa, os recifes são formados por corais, esponjas e rodolitos (algas calcárias).

Diante do estudo, os pesquisadores do Greenpeace fizeram em janeiro de 2017 a primeira expedição que, ao longo de 16 dias, mapeou e identificou as novas descobertas.

O ecossistema ainda pouco conhecido fica a 100 quilômetros do litoral, próximo ao encontro das águas do Rio Amazonas e do Oceano Atlântico.

Inicialmente, foi estimado que os recifes teriam pelo menos 9.500 quilômetros quadrados, mas após a expedição, os cientistas estimam que eles podem ter até 56 mil quilômetros quadrados, em uma área que vai da Guiana Francesa, passa pelo Amapá e Pará e chega ao Maranhão.

Manguezais da Amazônia

Distribuídos pelos estados do Amapá, Pará e Maranhão, os manguezais da Amazônia correspondem a mais de 80% dos manguezais do Brasil e possui o maior cinturão ininterrupto do mundo.

Conforme o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Amapá é o terceiro maior estado do Brasil com uma área de 226 mil hectares de mangues, atrás do Pará (aproximadamente 390 mil hectares) e do Maranhão (505 mil hectares).

O mangue é um ambiente de transição entre o mar e o continente, entre a água salgada e a doce, entre os biomas terrestre e marinho, nas regiões tropicais e subtropicais.

Parque Nacional do Cabo Orange

Com uma área de aproximadamente 657.318 mil hectares, o Parque Nacional do Cabo Orange está localizado no norte do Amapá, região também conhecida como Litoral Equatorial Amazônico.

As espécies florestais mais comuns na região são as árvores mangue-branco, mangue-vermelho e o negro.

O local abriga vários animais que estão ameaçados de extinção, entre eles gato-do-mato, cuxiú-preto, tartaruga-verde, tamanduá-bandeira, onça-pintada, peixe-boi marinho e peixe-boi-da-Amazônia.

Outras duas unidades de conservação litorâneas também guardam as riquezas do extremo norte do Brasil: a Reserva Biológica do Lago Piratuba e a Estação Ecológica Maracá-Jipioca, que abriga a “Ilha das Onças-Pintadas”, uma das regiões mais remotas do estado com acesso pelo município de Amapá.

Terras indígenas

Povos Indígenas temem a exploração de petróleo na costa do Amapá por acreditarem que a atividade deve provocar impactos ambientais em pelo menos quatro etnias que ficam ao norte do estado.

Renata Lod, vice coordenadora do Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO), detalhou que os povos Karipuna, Galibi Marworno, Galibi Kali’ na e Palikur-Arukwayene vivem em 3 Terras Indígenas demarcadas e homologadas (TI Uaçá, TI Jumina e TI Galibi).

Ao todo, são cerca de 13 mil indígenas vivendo em 56 comunidades.

“Ele apenas afirma aquilo que a gente vem tentando dialogar com a Petrobras todo esse tempo porque nós estamos tentando um diálogo para que o nosso protocolo de consulta seja respeitado, mas também para que a gente mostre os danos que isso pode trazer. Nós estamos vivendo as questões das mudanças climáticas e nós povos indígenas estamos vivendo na pele toda essa situação”, disse.

Lula se manifesta

Na primeira manifestação sobre o assunto, Lula (PT) disse nesta segunda-feira (22) achar difícil haver algum problema para a Amazônia, mas que ainda avaliaria o caso.

“Se explorar esse petróleo tiver problemas para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é 530 km de distância da Amazônia. Mas eu só posso saber quando eu chegar lá [no Brasil]”, declarou o presidente pouco antes de deixar o Japão, onde estava para a participar da cúpula do G7 .
Lula se manifesta sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas

 

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