Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 6 de outubro de 2019
Às 16h deste domingo, a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, apresenta em seu auditório o filme mudo “Entr’acte” (1924), do cineasta francês René Clair (1898-1981), em uma sessão com música composta por Vagner Cunha e executada por ele ao vivo. Considerado uma obra-prima da vanguarda da década de 1920, a obra tem 20 minutos de duração.
Trata-se de uma produção associada ao movimento cultural dadaísta, que negava a razão por meio de expressão do absurdo. Essa linha criativa se reflete no uso de sobreposições de imagens, colagens, fotomontagens e alterações na velocidade da gravação original.
No elenco, protagonistas da efervescente cena artística da capital francesa Paris no período entre as duas Guerras Mundiais: Francis Picabia, Marcel Duchamp, Man Ray Jean Börlin, Inge Frïss, Darius Milhaud e Erik Satie. Com curadoria de Marta Biavaschi, o evento integra o programa de cinema em diálogo com a exposição “A Zona: a Vida e a Morte”, com obras do artista plástico brasileiro Wesley Duke Lee.
A instituição está localizada na avenida Padre Cacique nº 2.000, bairro Cristal (Zona Sul), no trecho entre o estádio Beira-Rio e o BarraShopping. O prédio dispõe de estacionamento pago e também é atendido por linhas regulares de lotação e ônibus – que neste domingo, aliás, terão passe-livre na capital gaúcha devido à eleição para conselheiros tutelares.
Para pedestres e ciclistas, há uma passagem para atravessar em segurança a avenida, sempre bastante movimentada. A passarela é acessada pelo portão de entrada do estacionamento, do lado da orça do Guaíba. A Fundação também dispõe de um bicicletário nos fundos do prédio.
A imagem
Cineasta de inventiva, sólida e mundialmente reconhecida filmografia, o francês René Clair assinou filmes que revelam uma mescla de humor popular com ironia intelectual. Um dos primeiros realizadores a utilizar o som de modo expressivo na história do cinema, ele produziu durante o cinema mudo e também na fase falada da Sétima Arte, iniciada na década de 1920.
Dentre seus títulos de destaque estão “Paris Qui Dort” (1923), o já mencionado “Entr’acte (1924)”, “Sous Les Toits de Paris” (1930), “Le Million” (1930), “À Nous La Liberté!” (1931), “Quatorze Juillet” (1932), “Le Dernier Milliardaire” (1934), “The Ghost Goes West” (1936), “Happened Tomorrow” (1943), “Le Silence Est D’or” (1947), “Les Belles de Nuit” (1952) e “Les Grandes Manoeuvres” (1955).
O som
Vagner Cunha é compositor, arranjador e multi-instrumentista. Atua nos mais diversos estilos na cena musical contemporânea e várias orquestras e grupos de câmara brasileiros estrearam suas composições. Recebeu sete vezes o Prêmio Açorianos e, em 2011, o Prêmio Funarte de Composição.
Atualmente é diretor musical da Camerata Ontorte Recanto Maestro, para a qual compõe regularmente em diversas formações camerísticas. Também se dedica à composição da ópera “O Quatrilho”, com libreto de José Clemente Pozenato. Foi indicado ao Grammy Latino em 2018.
(Marcello Campos)